quarta-feira, 28 de maio de 2008

The Beatles, Amy Winehouse e Jessie Baylin




Outro dia eu conversei com o Cabeça sobre os Beatles e os Rolling Stones. O Cabeça gosta da banda do Mick Jagger e Keith Richards. Eu também gosto, mas sempre ouvi mais The Beatles.

Os Beatles foram visitar Elvis Presley pela primeira e única vez no dia vinte e sete de agosto do ano em que eu nasci. O Rei do Rock disse ter ficado desorientado (“bewildered”) com as músicas do grupo depois de ouvir um único disco dos rapazes de Liverpool. Não consegui descobri que disco foi, mas é provável que tenha sido “Help”. Duas semanas antes da visita a Graceland, no dia catorze de agosto, os Beatles tinham gravado a famosa apresentação no Ed Sullivan Show, aquela que virou um filme do Spielberg. Os Beatles tocaram "I Feel Fine", "I'm Down", "Act Naturally", "Ticket to Ride", "Yesterday" e "Help!".

Quando eu ouvia os Beatles, ainda menino de tudo, eu queria ter sido o Paul. Um pouco mais tarde, quando os Beatles já havia se separado, eu queria ter sido o John. Fiquei querendo ser o John um bom tempo. Eu achava que Ringo era nome de cachorro, por isso não quis ser o baterista. E o George, pô, o George não falava nada, só ficava ali atrás, rindo com modéstia. Nem dava para notar direito. E quando eu saquei qual era a do George, eu já era o velho que sou, não dava mais para brincar de ser um Beatle.

Desde os Beatles, quando eu escuto um cara cantando eu sempre faço uma tentativa de identificação, tento trocar de lugar no palco com o sujeito. É lógico que não é de verdade. Não canto nem debaixo do chuveiro. Se eu faço isso os vizinhos reclamam. Toco só uma campainha básica.

Mas com as cantoras não rola um processo de identificação. Cantora é fisgada pura e simples. É ame ou deixe de lado.

Uma vez, ou duas, eu escrevi aqui sobre a Amy Winehouse. Eu não disse antes, mas a voz daquela mulher me faz pensar coisas trágicas. Parece que está abrindo o peito e apertando o coração dela. E da gente. Ela estimula pensamentos grandiosos e tristes, gestos de grandeza. Renúncias magistrais. Suicídio por solidariedade. Coisas assim, profanas e profundas, lógicas e absurdas.

Ela é bem sereia, a Amy Winehouse. Ela prende você com a voz e faz você sentir o que ela diz que está sentindo. Você ali, feito marinheiro argonauta, flutua na melodia. Ela vai jogar você no chão e nas paredes, provocar lágrimas e sorrisos, deixar você exausto de emoções. E depois ela vai te abandonar.

Ela parece cantar exatamente do jeito que vive, uma vida dilacerada, de amores desesperados.

E eu gosto de cantoras assim. Eu gosto das divas que parecem viver de um jeito tão intenso que mexem com a gente. Gosto das estrelas que arriscam trajetórias esquisitas, como se fossem mariposas mais afoitas e brilhantes voando na direção da lâmpada.

Poucas cantoras mexem com os sentimentos de multidões de uma maneira tão intensa. Poucas se deixam enterrar vivas, se deixam consumir à vista de todos. Pouquíssimas têm essa capacidade de deixar a pele da gente arrepiada com uma frase, com uma sílaba estendida. E a Amy Winehouse tem isso. É uma super cantora. Ganhou um monte de prêmios e a trilha sonora do novo James Bond por causa disso. Agora parece que desistiu da trilha do James Bond. Uma pena.

E aí eu escutei essa moça, Jessie Baylin. Coloquei umas três músicas dela aí na Rádio Careca. A melhor dela chama "The Glitter", que eu não consegui colocar no radinho.

Ela canta música country, que não é um gênero que eu curto muito. Ela tem pouco mais de vinte anos, é linda e faz bico em todas as fotos que eu vi. Tem uma voz muito gostosa. E transmite uma vontade de tomar conta dela bem interessante.

Tem uma rouquidão de cigarro na beirada da voz, quase lá no fundo. Tem uma dicção excelente, que deixa você entender a letra da música mesmo que você só saiba dizer “hello, goodbye”. Escute aí e depois me diga o que achou.

10 comentários:

Paulo Bono disse...

tb não curtou country, mas essa Baylin canta gostoso. a Winehouse canta como uma bela e poderosa negra. bacana. pô, beatles? tudo que existe eles já fizeram antes. Mas os stones tb são legais. enfim, é música, carecone, é música.

abraço, rapá

Careca disse...

Paulo, é música. Abraço,

Anônimo disse...

ouvi e gostei. acho que combina comigo dentro do meu sonhado troller, descendo e subindo a mantiqueira, indo pra minas..(o troller ainda está só nos sonhos!)Winehouse gosto porque acho ela doidona e boa de garganta.Careca, o pessoal aqui gostou da sua rádio, viu. abração

Maína Junqueira disse...

Careca!
Vou ouvir a Jessie. A Amy eu amoooooo.
Ouça a Fiona Apple e bota aqui o que você sentiu!!!

Beijos!!

Anônimo disse...

Hum.... acho que eu gosto mais dos Stones. Adoro a dancinha do Mick ;)

beijos
Adri
http://drikaninha.zip.net/

Careca disse...

Uai, que bom que gostaram. Atualizo a Rádio Careca duas vezes por semana, na segunda e na sexta.Abração

Careca disse...

MJ, ouvirei a Fiona no Windows mesmo...

Careca disse...

Adri, dancinha?

Anônimo disse...

ouvi e adorei, careca.
vou arrumar esse disco pra mim.

Careca disse...

Franka, bom Festival procê e pra sua irmã lá em São Francisco!

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