segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Promessa é dívida
O domingo foi divertido, ainda bem. É que o sábado foi um dia muito dolorido para as crianças e também para mim. Eu estava deixando passar e nesse final de semana criei coragem. Levei as crianças para tomar vacinas. Cada uma tomou duas vacinas. Uma em cada perna. Eu não tomei nenhuma vacina, mas também senti dor. Doeu no coração segurar as crianças no colo, com força, e ver as moças da clínica de vacinas aplicar as injeções, uma em cada perna, ao mesmo tempo. Primeiro, o primogênito. Depois, a princesinha.
Eu sei, eu sei, eu sei. Todo pediatra é contra você dar mais de uma vacina num único dia. Mas nem todos os pediatras são pais tão enrolados quanto eu, que fico adiando coisas ao limite do impensável e depois acaba por fazer tudo de uma só vez. Pediatra solteiro e sem filhos eu não consulto, sinto muito, tenho preconceito, nem pergunto se aceitam convênio. Mea culpa. Sorry.
Por conta disso, a manhã de sábado foi um chororô e um chororó danado lá em casa. As crianças estavam com dois bandeides cada uma, um em cada perna, e as duas com cara de fazer dó. E eu tive piedade. Portanto, saí com o coração na mão, cheio de culpa, decidido a aplacar dores com brinquedos e mimos. Comprei um game do Ben10 e um conjunto Polly. Feitas as pazes e despertados os sorrisos, passei à terapia do pai carente.
Essa terapia consiste em ficar o mais perto possível das crianças, pelo maior tempo, com o máximo de participação possível e sem bancar o mandão. Elas estão crescendo e às vezes eu me espanto com o progresso rápido das coisas. Então, pelo menos uma vez por semana, eu fico perto dos dois para ver se consigo perceber esse crescimento. Em geral, nós ficamos desenhando juntos, é muito bom desenhar com as crianças. Mas no sábado, mesmo com os brinquedos novos, eles não estavam muito a fim de ficar perto de mim e nem de desenhar. A Patroa acabou por levar as duas crianças para cortar o cabelo e passear um pouco. E como eu também estava cansado pra dedéu, acabei indo tirar um cochilo, no que fiz muito bem.
O domingo amanheceu com sol forte e promessa de coisas felizes. E realmente foi assim. Fomos para a casa do vovô, correr no quintal. Montamos uma cama elástica gigante numa bóia inflável, que prendemos no píer e amarramos em uma âncora no fundo do lago. Foi idéia do meu irmão, que descobriu esse boião num site na Internet e resolveu importar. Não deu trabalho nenhum montar a geringonça. Passamos o dia inteiro pulando. Meus filhos pularam à exaustão e até eu ensaiei uns pulinhos modestos.
Dormimos cedo.
Antes de dormir eu ainda olhei para umas pastas que eu tinha enchido de papéis na sexta-feira, cheias de coisas para ontem. Eu havia planejado trabalhar um pouco no final de semana. Eu havia prometido a mim mesmo que iria trabalhar um pouco no final de semana. E promessa é dívida. Mas eu não jurei. Não se pode jurar em falso.
Portanto, estou em dívida comigo mesmo.
Devo, não nego. Pago quando puder.
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6 comentários:
putis pai.
Franka, eles ficaram mesmo putis comigo. Mas, felizmente, passou rápido. Aliás, o final de semana voou.
Estou em dívida comigo mesma, com os amigos. Fico triste e o relógio tinha que espichar, eu acho!
Adoro pular naqueles colchões de ar. Se deixar eu fico o dia todo, o duro é que o dia todo fica muito caro...risos. Eu não sou eu naqueles colchões!Uma maravilha.
abração
Muuuuito bem, Careca, não ter trabalhado em casa. Acho que você deve esperar a dívida caducar, inclusive... Espero que os filhotes tenham esquecido das vacinas. Abraços!
Uai, no domingo eu até que estava parecido comigo mesmo, mas na segunda-feira parecia que eu tinha sido atropelado! E o relógio está mesmo maluco, acelerado. Um abração,:)
Janaína, dizem que dívida caduca é pior, pois ela esquece que já te cobrou e vem cobrar de novo. Mas é verdade, as crianças esquecem rápido, rápido. Abração, :)
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