segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Mais um pouco sobre Max



No domingo, dia dos pais, nós nos encontramos na casa do meu pai. E foi muito bom rever todos, depois da ressaca fenomenal da festa de sábado. Eu e a Patroa dormimos cerca de quatro horas. Às oito em ponto, as crianças já estavam pulando na cama, loucas para entregar o presente. Ganhei uma bolsa muito bonita e elegante para carregar a minha papelada. Quando chegamos à casa do avô e da avó dos meus filhos, a meninada já estava a mil por hora. E meu irmão puxava Max, o pastor alemão, pela coleira.

Max, eu já escrevi sobre ele, é um cachorro problemático. As crianças o adoram. O Max é uma espécie de mistura de Macgiver com Cérbero. Ele não fica quieto e consegue destruir coisas que você seria capaz de apostar que não atrairiam o impulso destrutivo de ninguém, muito menos de um quadrúpede. E o Max faz isso de modo espetacular, escalando paredes em ângulos negativos, se esgueirando entre brechas e nichos estreitos. O Max só falta usar uma máscara ninja e assobiar a trilha de Missão Impossível. Ô cachorro difícil.O Max não poderia ser apontado como o melhor amigo do homem, mas ficaria bem como amigo da onça. Por isso, foi com espanto que constatei que o Max estava, como direi, tranqüilo.

_Bro, esse cão está drogado? – eu perguntei, franzindo a minha testa de modo inteligente.
_Aaaanhão – ele respondeu, engolindo as palavras enquanto observava o mais velho dos seus filhos se afastar. Esse meu sobrinho filho do meu irmão tem dez anos, é super inteligente e adora o Max.
_Pronto, pode falar agora – eu disse, quando o menino já estava longe.
_O Max foi operado, mas as crianças não sabem – esclareceu o meu irmão.
_Foi operado de quê? Trocaram o cérebro do bicho? – eu falei, sem franzir a testa.
_Vamos dizer que o Max jamais poderá comemorar a paternidade biológica – disse o meu irmão.
_Aleluia!! – eu gritei, exaltado, e lamentei detestar soltar foguetes, pois essa era uma notícia que realmente exigiria o acompanhamento de fogos de artifício.

E o Max já estava mesmo com uma aparência de contralto. O brilho esmaecido dos olhos não deixava a gente em dúvida. O bicho sabia que caminhava, rapidamente, para o destino dos sopranos, de quem vai latir em si menor. Ele, daqui a um mês, estaria mais gordo e pacífico ainda. Mais acomodado. E aí, gente, foi me dando uma dó danada do Max, coitado. Que olhava para tudo como se estivesse faltando alguma coisa. Parecia olhar de ex-fumante. Eu sei como é isso, porque eu sou ex-fumante. A gente fica meio achando que falta alguma coisa em tudo. Começa a cheirar a fumaça dos outros fumantes. Começa a gostar de pegar engarrafamento, de janela aberta, para aspirar a fumaça com força. Ou seja, começa a ficar um doido triste.

A minha princesa, que repara em tudo com aqueles olhinhos miúdos castanhos dela, veio chegando devagarinho por trás do meu irmão e do Max. Ela quis fazer carinho no Max. Normalmente, eu não teria deixado. Mas o Max me olhou com aquele olhar dos loucos mansos e eu vi que não havia perigo. Ela ficou ali, alguns segundos, passando a mãozinha no pelo marrom e preto do Max. Depois, minha princesa saiu correndo. E o meu filho, que é muito perspicaz, também veio fazer carinho no Max.

E, logo, todos os meninos vieram e começaram a fazer carinho no Max. Em resumo, o Max foi o mamífero mais afagado pelas crianças no dia dos pais. Aí reparei melhor no olhar do Max. Aquele sacana! Difícil do jeito que ele é, desconfio que o Max deve ter dado um jeito de garantir o insucesso da vasectomia. Mas mesmo assim posou de vítima de um ataque ao bilhar. E que um dia, quando a gente menos esperar, filhotes do Max vão aparecer na frente da casa, dentro de cestos. E depois vão furar buracos profundos e escalar a parede. Vão sujar tudo e destruir coisas caras,vão provocar prejuízos fenomenais depois de terem feito façanhas impossíveis. O Max é fogo!

10 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Castrar cachorro é sacanagem ahahaahahahahah
E sempre dá saudade do jeito antigo, por pior que tenha sido.

Sunflower disse...

muito bem escrito

adoro o Max!

Anônimo disse...

Puxa, então a priminha reprisou o comportamento chato com sua princesinha, é? Eu, no seu lugar, não ia mais deixar minha princesinha com essa priminha não. E o Max é pastor mesmo? Porque eu sei muito de cachorro - e nada de criança, como pôde ver em relação ao tema princesinha - e os pastores são muito dóceis. São um demônio de cão quando filhotes, depois sossegam. Vocês deram azar! rsrs Abraços e feliz dia dos pais, (atrasado)!

Anônimo disse...

O Max é lindo, né!!!
Tenho um Max em casa, só que é uma mistura de boxer com vira-lata. A parte vira-lata do meu é de uma cara de pau sem precedentes!Mas minha vida tem muitas alegrias por causa dele.
Um pastão alemão com o nome Max só tinha que ser um sucesso na vida...risos.
Acho que os fogos (de artifício) tinham que ser mudos. Odeio o barulho de foguetes.
Sempre amei os cachorrinhos danados, destruidores, elétricos...risos.
abração Careca

Anônimo disse...

careca, os filhos do max seriam os maxinhos?

Careca disse...

Rodrigo, é verdade, tenho saudade do tempo em que não havia Max! Brincadeira, o bicho está muito mais triste.

Careca disse...

Sunflower, você e os meus sobrinhos já chegam e sobram para fazer um fã-clube. Eu queria uma foto do Max para jogar dardo, treinar tiro ao alvo!

Careca disse...

Janaína, as priminhas se adoram. E os pastores são mesmo muito dóceis, assim como os boxers. Mas os cachorros também são muito estouvados, quanto maiores pior. E o Max é superestouvado. E ele apronta. Mas não é agressivo. A não ser com gatos.

Careca disse...

Uai, acho que no fundo, no fundo, eu gosto do Max. Torcendo para ele não chegar à tona. Rá!Rá! É exagero, claro. Grande abraço,

Careca disse...

Franka, os filhos do Max seriam usados para fabricar biodiesel... Não, é brincadeira, você tem razão, seriam maxxxinhos, com triple x. Abç,

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