sábado, 2 de agosto de 2008
Aprenda a dizer NÃO
O consumidor brasileiro de diversos serviços, como telefonia, televisão paga, internet, banco e aviação civil, não possuía o poder de mudar de fornecedor ou mesmo deixar de consumir. Uma vez caído na rede de alguns prestadores, não se conseguia cancelar o serviço. Mesmo se você preenchesse o formulário de cancelamento, oralmente, umas duzentas vezes. Mesmo que você falasse com o chefe, depois de esperar horas. Mesmo que você ameaçasse ir ao Procon. Mesmo que você xingasse, esperneasse e gritasse com as pessoas do call center. Não adiantava.
Agora que o DECRETO que regulamenta o atendimento ao consumidor pelos call centers já foi publicado, o consumidor vai poder dizer “NÃO” em todas as fases do atendimento. Era mais ou menos esse o tom de uma reportagem que eu li. Espera-se que com a publicação do decreto, a situação mude para melhor. Era no call center que alguns prestadores de serviços espertamente colocavam o cancelamento de serviços. E você ficava só escutando gravação e apertando botão. Só para o cancelamento. O atendimento para obtenção de serviços via call center, era imediato e de viva voz.
Era como qualquer coisa no País. Os caras montavam uma tremenda estrutura para a venda. Uma big estrutura para a distribuição. E uma salinhazinha pequena, para três pessoas, no máximo, para problemas com a fatura, devolução de grana, perdas e danos, assistência técnica, reclamações e cancelamento.
Entre as mudanças do regulamento estão o cancelamento do serviço imediatamente após o pedido do cliente e a opção de falar com o atendente no primeiro menu eletrônico e em todas as subdivisões.
Quem já tentou cancelar alguns desses serviços sabe do que eu estou falando. Sei de maratonas intermináveis, que duravam semanas de ligações para esses serviços até um felizardo, com a ajuda de um pistolão, conseguir um cancelamento. Mesmo assim, tudo vinha acompanhado de mais um mês de serviço, multa por atraso e taxa de desligamento compulsório. Com todas essas quizumbas, é claro que muita gente desistia no meio do caminho. Mas a maioria, para se livrar de um serviço indesejado, acabava pagando os tubos por isso. E as empresas acabavam ganhando o dobro não de quem usufruía o serviço, mas de quem desistia daquela nhaca.
E o mais extraordinário é que essas prestadoras de serviços não se mancavam, mesmo sabendo que os serviços de cancelamento que ofereciam eram caóticos ou simplesmente não funcionavam. Então, agora é assim, na teoria e na legislação. Vamos ver se a coisa pega mesmo pra valer. Eu, de qualquer modo, primeiro preciso aprender a dizer NÃO.
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2 comentários:
Careca,
Sofri 6 meses para cancelar uma linha de telefone celular...
Cancelamento, só pelo telefone...
Colecionei números de protocolos de atendimento e faturas...
Tenho a sensação de que o Brasil não vai virar a Dinamarca com uma assinatura...
Espero que eu esteja errado...
Mwho, também torço para que as coisas mudem e cancelar seja tão fácil quanto contratar.
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