quinta-feira, 17 de julho de 2008
Sono demais
Eu sempre tenho um tubo de cola branco ao alcance da mão, quando estou em casa. Eu colo coisa à beça. Carrinhos, bonecas e páginas e páginas das revistas, álbuns e livretos que os meninos estragam, sem querer. Para emendar páginas, a melhor coisa é usar um papel de seda ou mesmo uma tira de papel higiênico. Pegue um pouco de cola branca, misture com um tico de água e vá passando a cola nas tiras, com um pincel. Depois aplique a tira, com cuidado. Num instante todas as páginas estão remendadas. A vantagem desse método é que a emenda é bem transparente e com o passar do tempo fica bem sutil, quase invisível.
Também tenho sempre um tubinho de cola super bonder. Uso muito para emendar os aviões, carros, motos, bonecos, barcos e a infinidade de coisas que quebram nessa casa. Também tenho montes de pilhas, carregadores, lanternas, lupas, durepóxi, prateleiras, ferramentas, parafusadeiras elétricas, chaves de fenda, elásticos e mosquetões. E é incrível como sempre preciso desse monte de coisas, que aparentemente não servem para nada.
Caneta hidrocor e lápis de cor também tem de montão, aqui em casa. E papel. As crianças podem desenhar a hora que quiserem, desde que seja no papel. O sofá está precisando de uma recauchutagem e as paredes estão gritando por uma tinta nova, mas, mesmo assim, não permitimos que as paredes sejam riscadas. Nem de leve. Só é permitido usar o papel e muito de vez em quando liberamos um tecido para as tintas da criançada.
Eu e a Patroa só discordamos quanto às massinhas. Eu detesto massinha. Quero dizer, eu adoro massa de modelar. E gosto de ver as crianças brincar com elas. É interessante, massinha. O problema é a sujeirada depois da brincadeira. A massinha não é fácil de varrer, não é fácil de limpar. Ela gruda. Rola e gruda nos cantos. E depois seca, granula e esfarela. É um horror. Você anda pela casa e sai grudando massinha seca na sola do pé. Detesto. Mas a Patroa se amarra.
Fazer o quê?
Eu juro para vocês que eu planejava finalizar o texto esclarecendo a metáfora. Falaria do que é possível emendar e do que já havia emendado na minha vida, com remendos tão sutis que quase nem me lembro mais deles. Também falaria das coisas da minha vida que eu julgava não terem servido para nada, mas que agora têm se mostrado extremamente úteis.
Também falaria das novas reformas que ainda preciso fazer, para ampliar meus horizontes, recauchutar minhas expectativas. E por último falaria do que ainda detesto e de como faço para conviver com isso.
Mas não dá. Estou com muito sono. Além disso, é muita pretensão, não é não?
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6 comentários:
prá mim tá dito!
adorei a frase : também falaria das coisas da minha vida que eu julgava não terem servido para nada, mas que agora têm se mostrado extremamente úteis.
tirando raiz quadrada, potência, mínimos e máximos multiplos comuns, assim como a tabela periódica, de tudo se apreveita.
Ah, existiam coisas que eu julgava inúteis e depois eu descobri que eram mesmo inúteis..risos. E isso hoje em dia me deixa bem relax. Hoje tenho coragem de falar do que não gosto quando me perguntam: eu odeio gema mole, meu ovo tem que ser friiiiito mesmo, eu já disse pra minha irmã que ela é uma egoísta (acredite ela é), eu não gosto de pão de alho (deixa um bafo!!).Adoro colar gravuras de revistas (de coisas que acho bacana)nas agendas, gosto de leite com café e pão com manteiga. Porque que tô falando isso tudo? Ampliei meus horizontes, reformei minhas artérias e veias, coloquei salto alto, tenho muito papel em casa, receitas, coloquei caixinhas de som na cozinha...hoje eu digo "não" quando eu tô afim de dizer...risos.
abração Careca
Careca,
Não consigo viver sem Super Bonder e WD40!
Abraço,
Mwho.
Anna, é verdade, tirante problema de matemática, nunca usei raiz quadrada pra nada.
Uai, eu também digo não, às vezes. Mas acabo dizendo sim, depois. Abç,
Mwho, são produtos que deveriam compor a cesta básica. Abç,
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