domingo, 22 de junho de 2008
Festa junina na escola alternativa
Sábado teve festa junina na escola alternativa das crianças. Confesso que estou um pouco decepcionado com a escola alternativa. Acho que ela está muito enquadrada, está muito burocrática, pouco alternativa. Acho que os professores perderam o entusiasmo, estão acomodados e a coisa está correndo frouxa demais. Acho que está faltando formação, proposta pedagógica e vontade de criar uma coisa diferente. De ensinar de uma forma diferente. Também está faltando vontade de comemorar e festejar toda essa coisa.
Além disso, eu continuo não perdendo oportunidades de tentar pular fora de qualquer situação que implique em sair de uma rotina. Rotinas são difíceis de implantar e eu preciso seguir uma, senão paro de fazer as coisas que eu acho que tenho que fazer. O post de ontem, por exemplo, é um exemplo de quebra de rotina dupla. Fomos à festa junina e à noite assistimos um vídeo. O texto ficou incompleto e meio sem sentido, o que deverá me obrigar a voltar ao tema, qualquer dia desses.
Mesmo achando que a escola precisa melhorar, ou até por isso, eu e a Patroa fomos à festa. Aliás, não havia a menor possibilidade de não ir à festa. As crianças estavam no maior gás. Acordaram cedíssimo. E já queriam se fantasiar antes mesmo do café da manhã. Saímos cedo e num instante resolvemos a fantasia de caipirinha da minha filha. Só faltava trançar o cabelo, colocar um chapéu e pintar sardinhas nas bochechas.
_Agora, num instante a gente arruma o nosso caubói – disse a Patroa.
_Ué, não era caipira? – indaguei. Sempre quis usar indaguei em post.
_Caubói. Ele quer caubói.
_Então é só fazer caipira com sotaque.
_Não, tem que ter no mínimo um coldre e cinto de caubói.
Tudo que não é bem conceituado é de difícil execução. Portanto, para o meu filho foi mais difícil. Lá pela hora do almoço, a Patroa e a irmã dela pregaram “remendos” na calça jeans e na camisa. Arrumaram um lenço vermelho legal. Ainda faltava um chapéu, um cinto com fivelão, um coldre de caubói e uma estrela de xerife. O plano era passar numa dessas lojas de badulaques a R$ 1,99 e levar um conjuntinho. Perfeito.
Almoçamos num restaurante super-legal a comida que o filho do imperador também comeu. Depois eu conto.
Depois do almoço corremos para concluir o plano perfeito numa loja R1,99. Passamos em três lojas de R$1,99 e não encontramos. O número de caubóis aumenta surpreendentemente em época de festa junina. Precisávamos de um cinto que funcionasse. A Patroa comprou uma espécie de broche para o que deveria ser o fivelão do cinto de caubói do filhote. E improvisou um elástico preto para servir de cinto. O papai aqui ficou de grudar o fivelão no falso cinto.
De volta à casa, finalizamos os preparativos imediatamente. A Rose, a cozinheira-quituteira-governanta e faxineira lá de casa já havia feito dois bolos de fubá e trocentas pipocas. A Patroa cuidou da princesinha. Eu cuidei do príncipe caubói. Mas não dava certo. O fivelão improvisado não parava no lugar. Aquilo já estava irritando o meu campeão. Não tenho nada contra improviso, mas a coisa tem que dar certo. Senão é só insistência com o mico. Aí eu lembrei do meu cinto velho. Com a minha super-tesoura eu encurtei o cinto na medida do filhote. Com uma chave “fílipis” eu fiz o furo na medida certa. Ficou super-legal o improviso. O filhote se amarrou. A partir daí, as coisas começaram a acontecer tudo em sincronismo perfeito e conseguimos chegar à escola rapidinho. As crianças estavam tão relaxadas que dormiram um pouco no caminho.
A festa foi bacana. As crianças se divertiram e conseguimos conversar com alguns adultos. Todos também decepcionados com os rumos da escola. Todos achando que há uma agressividade exagerada no ar. A única coisa chata foram alguns fogos de artifício levados por alguns pais. Meu filho correu o tempo todo na festa com pinta de vencedor. E o cinto brilhava na cintura. Ele estava se sentido orgulhoso e importante. E eu e a Patroa estávamos bem orgulhosos dele e da princesinha. E eu descobri um monte de meninos-fãs que se dizem namorados dela. É lógico que eu quase morri de ciúmes.
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2 comentários:
adoro festa junina. pena que meus filhotes já tão grandes prá isso. gosto das roupas, do cheiro, da comida, da quadrilha.
as escolas que se dizem alternativas, se fossem de verdade hoje em dia, deveriam repensar seu currículo engessado há séculos. alguém usa raiz quadrada? morre se não souber a tabela periódica ou a tabuada de cor? ou que dia napoleão fez alguma coisa?
e arrisco dizer que até a questão de presença deveria ser reavaliada.
não é "ensinar computador" que eu tô falando.
mas, olhando o futuro mercado de trabalho, as várias culturas e tribos desse mundo atual, será que não sairiam outras formas de instrução, que fosse mais abrangente e menos elitista? é porque dependendo de como e onde se nasce, vc pode acabar na nasa ou numa periferia de qq parte do mundo.
Anna, é verdade. A impressão que eu tenho é a de que já não existe vanguarda. Pouco se pensa em todas as áreas. Há uma preguiça generalizada.
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