quarta-feira, 18 de junho de 2008

E o mundo emburreceu, de novo



Eu me impressiono facilmente. Então eu fiquei muito impressionado quando a China parou em respeito aos mortos do último grande terremoto, há um mês. Acho que é um sinal de inteligência parar para pensar.

Mas imediatamente me lembrei dos filmes da Alemanha nazista.

Quando vejo uma massa enorme de pessoas se comportando direitinho, coreografadas, eu lembro dos filmes da Leni Riefenstahl e do seu reverso, aqueles filmes da MGM de nado sincronizado.

Vi as fotos. Milhares de motoristas param e saem dos carros. Todos abaixam a cabeça. Contritos. Fiquei impressionado. Pareciam sinceros, condoídos mesmo, com sentimento de nação ferida. Não era uma demonstração de força e orgulho. Era uma demonstração massiva de contrição.

Aí hoje fiquei sabendo que a União Européia vai prender imigrante ilegal. Faltará cadeia, é lógico.

Há 100 anos, as Américas recebiam os refugiados das guerras, da fome, da falta de trabalho e de oportunidades. Hoje mesmo o filho do imperador japonês veio ao Brasil em comemoração a esse fato.

De vez em quando parece que o mundo emburrece.

E como daqui a pouco tem jogo do Brasil, eu também vou parar. Vou ficar por aqui mesmo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Hoje temos um bairro que move montanhas por causa da mão-de-obra barata. É conflitante. Eles "escolhem" a clausura das fábricas aqui.Claro que o futuro do imigrante está ligado à sua cultura, crença...Sabemos disso. Os rumos foram e são diferentes. Éramos um anfitrião diferente também.
abraço

Rodrigo Carreiro disse...

Parou pra ver o jogo foi? Que pena. Foi sofrível =/

anna disse...

sobre a questão dos ilegais, creio que os europeus se lambuzaram, promoveram por séculos verdadeiros arrastões com as riquezas dos países que agora os invadem,

a única maneira da imigração ilegal cessar é que os que já mamaram nas terras alheias, invistam seus euros na reconstrução desses países, onde a necessidade de imigrar significa sobreviver.

Careca disse...

Uai, éramos anfitriões diferentes e mais abertos. Agora temos um mundo de anfitriões indiferentes. Ninguém liga a mínima.

Careca disse...

Rodrigo, o melhor do jogo foi o show do skank.

Careca disse...

Anna, houve uma época em que se falava na possibilidade de existir um cidadão do mundo. E também de um mundo sem fronteiras, onde as diferenças fossem respeitadas. Agora ninguém fala nisso. Parece que todos gostam de cercas.

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