sábado, 1 de janeiro de 2011
O Careca começa o ano de madrugada
Aqui estou eu em 2011. E as coisas começaram bem cedo. Mais precisamente às quatro da madrugada, quando o vizinho do meu pai começou a estourar fogos de artifício pela passagem do ano. Eu, minha mulher e os meus filhos fomos dormir lá porque eu estava a fim de beber cerveja. Bebi cerveja e champagne para comemorar a passagem de ano. Duas Teresópolis e uma taças de Chandon. E às quatro da manhã o vizinho começa a estourar fogos de artifício.
O que leva um ser humano a agir de maneira tão desprezível?
Acordei de um pulo, porque o barulho foi assustador. Pensei que era o ato de um bêbado, o estouro de um foguete que sobrou num canto, um desatino. Mas não. O sujeito continuou a estourar fogos por dez minutos. Fiquei irritado porque pensei que as crianças ficariam mais assustadas do que eu, mas nem eles nem a minha mulher acordaram. Felizmente.
Enquanto os fogos estouravam, arquitetei planos de vingança imediata. Pensei em fazer coquetéis molotov e atirar na casa do vizinho. Pensei em degolar seu cachorro. Pensei em furar os pneus do carro do vizinho. Pensei em dinamitar o telhado do vizinho. Pensei em tanta coisa. Mas é lógico que não fiz nada. Fiquei arquitetando vinganças imaginárias até passar a raiva e o foguetório. E depois dormi novamente.
Acho extraordinário que uma pessoa consiga se divertir e se sentir feliz incomodando outras, voluntária e conscientemente. Todas as pessoas comemoraram e fizeram seus gritos e barulhos por volta da meia-noite, dentro do clima de celebração universal. Aquele imbecil, não. Ele esperou a festa de todos acabar para fazer a sua bagunça fora de hora, quando todos já descansavam. Cascavel peçonhenta! Foi a primeira pessoa a quem desejei um fim breve e com muita dor neste início de 2011.E o dia nem tinha amanhecido.
Depois de algumas horas de merecido descanso, às oito em ponto, acordei novamente. Dessa vez acordei preocupado com o Rafa, o cãozinho shi-tsu da minha filha. O Rafa costuma passear lá pelas sete. Os atrasos resultam em sujeira para todos os lados, então evitamos perder o horário.
Mas o ritmo da primeira manhã do ano foi vagaroso e gostosamente usufruído. Para resumir, dei de ombros para o atraso e só chegamos de volta à casa por volta do meio-dia. Rafa recebeu a todos com a alegria dos náufragos resgatados, espalhando perdigotos e mordiscando tudo o que encontrasse. E para minha surpresa, tudo estava limpinho.
Foi o melhor passeio com o cachorrinho nos últimos meses. Nem me importei com chuvinha fina que caía.
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