Outro dia um amigo me perguntou porque eu mantenho esse blog. Eu expliquei que o blog é o meu aquecimento diário, que virou noturno. Escrever aqui é uma forma de manter a minha caixa de ferramentas mais ou menos afiada. É o meu recurso para exercitar a minha disciplina de escrever todos os dias e com prazer. É como o cara que toca violão. Tem que tocar diariamente para não enferrujar. E também porque não se consegue ficar sem tocar violão. Quanto menos se toca, pior.
Não me preocupo muito com a qualidade do que escrevo aqui. Embora algumas vezes eu tenha pedido desculpas por uma idéia ou outra exageradamente preconceituosa. Ou errada. Raramente reviso o texto. E desde que comecei a escrever somente à noite, escrevo diretamente na caixa de postagem do blog. Quando termino, leio mais uma vez os cinco ou seis parágrafos e clico em publicar postagem.
Muito raramente volto aos textos. Isso só acontece quando alguém coloca um comentário. Respondo a todos os comentários e só não publiquei uns poucos por causa do excesso de palavrões recebidos. Mas, em geral, as pessoas fazem comentários generosos e gentis. Algumas vezes, ninguém comenta. Não vejo nenhum problema nisso. Eu também não comento todos os posts que eu leio. E, na maioria das vezes, eu só vou ler outros blogs depois de ter atualizado o Caminho do Careca.
É impossível escrever se você não lê. E é importante ler os caras que são do primeiro time, os sujeitos que fisgam você do primeiro ao último parágrafo. Eu leio todos os dias. Quanto mais eu leio, mais vontade eu tenho de escrever. E vice-versa. Houve uma época em que eu só gostava de ler ficção. Quanto mais delirante, melhor. Em outro período, fiquei lendo só romance policiais. Teve outro tempo em que eu só pegava escritor cerebral, com pouco diálogo. E depois teve um tempo longo em que eu lia só o que não me incomodava. Num período bem curto, eu li um monte de livros pesados e tristes de escritores irlandeses, alemães e austríacos, quase fiquei doido.
Sempre amei ler. É a minha atividade predileta desde a infância. E desde a minha infância tenho procurado me cercar de livros e de coisas ligadas aos livros.
Durante um período curto e infeliz, fiquei longe dos livros. Foi um tempo amargurado e acomodado. Nesse tempo também fiquei sem escutar música, sem procurar me inteirar das coisas. Essa época da minha vida é como se fosse uma fita magnética apagada. Um vazio de ruídos. Não me lembrar desse tempo me dá sempre uma tristeza grande, que não quero que se repita.
2 comentários:
Oi Careca,
Eu também adoro ler, desde de criança!
Mas depois de ter filhos leio mais blogs do que qualquer outra coisa por pura falta de tempo e sinto uma saudade tremenda dos livros!
Liliane, de vez em quando eu também curto a leitura de um livro baixado da Internet. Mas também prefiro os livros impressos. É muito melhor.
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