O coelho neurótico de Alice está solto no mundo. Ele é rápido, esse coelho. E está sempre olhando o relógio. E está sempre atrasado. E ele sabe que as cabeças vão rolar.
Nesses dias de Crise, estou me sentindo como o coelho da Alice, atrasado e correndo o sério risco de perder a cabeça. Parece que um enorme relógio está pendurado no meu pescoço e eu não tenho como escapar de um destino chinfrim.
É preciso improvisar um bocado para que o tempo passe devagar. É preciso inventar uma série de artifícios para não deixar que o tédio e a rotina empastelem a minha vontade. Mas é inevitável.
Estou atrasado para o chá das cinco com o Chapeleiro Louco.
É preciso tirar o chapéu para o Chapeleiro. Ele é louco de dar nó. E começa a reunião das cinco. Mais cedo, é claro. A hora certa é um problema para o Chapeleiro. Ele é como eu. Acha que está sempre atrasado, mas é o único a chegar no horário.
Sou eu, esse coelho neurótico. Os olhos sempre vermelhos, de olhar para tela do computador. E sempre atrasado, ainda mais com essa droga de mudança automática de horário.
Que horas são? Toda hora me confundo. É impossível pensar direito com todas essas fagulhas de pensamento incendiando a minha cabeça a toda hora.
Eu penso.
É muito legal assimilar o jeito telegráfico de escrever.
Eu penso.
Mas é uma droga pensar desse jeito. Nada parece concatenado. É tudo uma sucessão de frases desconexas.
E aí o coelho some de mim mesmo.
Onde estará Alice?
Eu penso.
Por outro lado, pensar telegráfico dá aparência de sentido às mais sonoras bobagens.
2 comentários:
Cara, você tomou o que? hehehhe
Rodrigo, estamos vivendo históricos dias alucinados, onde bancos derretem e bilhões desaparecem no ar...
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