quinta-feira, 9 de outubro de 2008
O Careca confessa que mentiu
É verdade, minha querida Kombi de leitores. Eu menti. Ainda hoje eu estive no blog da Franka, cujo link pode ser visto à sua direita, se você for destro, e à sua direita, se você for sinistro, e foi lá que eu menti. A Franka contou uma história sobre guardas de trânsito e sinais quebrados e eu menti. Foi simples assim. Eu inventei, no comentário, que eu tenho uma máscara de zumbi com uma faca enfiada no crânio. E que eu uso essa máscara em todos os engarrafamentos, aqui, nessa bela cidade onde moro. E menti ainda ao afirmar que se todas as pessoas usassem máscaras, como eu, os engarrafamentos seriam tão divertidos que até os guardinhas de trânsito iriam sorrir. É mentira, isso.
Eu, você, a Franka e toda a minha Kombi de leitores sabemos que isso é mentira. Os guardinhas jamais sorririam de coisa alguma. Guarda sorridente não impõe respeito nem autoridade. E a minha máscara de zumbi esfaqueado no crânio não é muito engraçada. Está mais para feiosa. E eu não uso essa máscara em todos os engarrafamentos, só em alguns grandes e mais chatos, para espantar o tédio.
O resto é quase tudo verdade. Se as pessoas usassem máscaras e fizessem palhaçadas em engarrafamentos seria divertido, mas há sempre alguém querendo cortar o barato do outro. Talvez não desse muito certo.
Na verdade, essa coisa de máscara de zumbi começou por acaso, porque um dia a máscara simplesmente apareceu no carro. Ninguém nunca reclamou a máscara e , por usucapião mascaral, ela passou a pertencer exclusivamente a mim.
Uma vez, eu estava procurando um negócio que havia caído debaixo do banco, quando encontrei a máscara do zumbi. Gostei da máscara. Um crânio branquelo, com dois olhos gigantes saltados das órbitas, uma enorme falsa rachadura no crânio e ali, quase no topo, um cabo de faca de caça aparecendo sobre uma pequena pizza avermelhada. A máscara tem um cheiro fortíssimo de plástico. E também não dá para enxergar nada direito. Sempre que eu uso essa máscara, eu espirro feito um sujeito atacado por uma rinite aguda.
Naturalmente, eu jamais coloco essa máscara quando as crianças estão comigo, no carro. Em primeiro lugar, elas se assustariam. E, em segundo lugar, eles iriam querer usar a máscara. E eu não gosto muito de emprestar meus brinquedos. É terrível, eu sei, eu tenho um ciúme exagerado dos meus brinquedos, mas admito isso. Faço penitência por causa disso. Pago promessas. E já melhorei muito. De vez em quando empresto alguns dos meus brinquedos para os meus filhos, deixo a Patroa mexer em alguma coisa, mas não muito. Nos últimos dez anos, somando todos os esforços já feitos para superar esse meu ciúme exagerado dos meus brinquedos, eu devo ter melhorado uns dois por cento. O quê? Acha pouco? Foi uma melhora de duzentos por cento em relação a 1998. Mas estou entrando em processo digressivo. Freio de arrumação. Pausa.
....
Bom, onde estávamos? Sim, nas minhas mentiras. O que posso fazer? Não acredite em nenhuma delas. É o melhor conselho que eu posso dar.
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2 comentários:
Careca,
Até o Tim Maia mentia um pouquinho...
Mwho, pouquinho nada. Ele mentiu todos os horários de show da vida dele. Nunca começou um só que fosse no horário.
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