domingo, 16 de novembro de 2008

Al Pacino e Robert De Niro



Sempre que vou ao cinema, vou com a Patroa. Na verdade, ela é quem escolhe o filme. Eu procuro influenciar, de uma maneira bem clandestina e inocente. Então, por isso, o fator fundamental para irmos ao cinema é o astro do filme. E no sábado, eu e a Patroa fomos ver “As duas faces da lei”.

Nem preciso dizer que Al Pacino e Robert De Niro são dois ídolos longa data. A filmografia dos dois é enorme, mesmo assim acho que já vi tudo o que os dois fizeram. As comédias, os dramas, as ficções desvairadas, as teatrices e o melhor, os filmes policiais. Os dois eram cobras dos filmes policiais inteligentes. Os dois sempre fizeram papéis de durões e espertos, no papel de polícia ou no papel de bandido, tanto faz. Você sempre torcia por um deles.

Mas depois de “As duas faces da lei” já não sei mais o que pensar. Filme fraco. Pacino e De Niro desanimados. Cansados. Eu deveria ter adivinhado pela platéia. Só cinco pessoas. Eu, a Patroa, um coroa com cara de psicopata com um saco de pipoca gigante, um casal de velhotes fazendo hora para pegar os netinhos. Só. Até as piadas de sexo eram sem graça. Dei duas gargalhadas em piadas racistas. De Niro parecia estar com saudades de uma dentadura. Pacino parecia procurar por Godot entre os próprios olhos, vesgo.

Não é que a história seja ruim. A montagem é bem inteligente. Perguntas só serão respondidas no final, embora seja possível adivinhar alguma coisa, no início. Mas não é esse o problema. O problema é que os dois pareciam fazer caricatura do que passaram a vida a fazer.

Há uma desesperança rolando no ar, junto com os velhos astros. Primeiro, foi Harrison Ford, quase tive uma cãibra no coração ao vê-lo de Indiana Jones. Agora é Pacino e De Niro.

Clint virou um excelente diretor. Nicholson é um fantasma. Travolta não empolga. Keitel virou intelectual. Murphy não faz rir. Minhas últimas esperanças da velha guarda morreram com Tom Hanks. Ele fez bons filmes, mas cadê o cara?

Tom Cruise, Jude Law, Matt Damon, Di Caprio, Will Smith, Nicholas Cage, Jack Davenport, Philip Seymor Hoffman são atores que sempre atraem a atenção da Patroa, mas sempre invento alguma coisa para não ir a filmes com esses caras. A Patroa que me perdoe, mas os filmes desses sujeitos sempre aparecem rapidinho nas locadoras. Não são caras para ver na telona. Sean Penn , Daniel Craig(007), Johnny Deep e John Cusack ainda me fazem sair de casa e acompanhar a Patroa ao cinema. Mas eles fazem cada vez menos filmes.

E as atrizes? Caramba? O que está acontecendo com as grandes estrelas? Já faz tempo que não aparece uma mocinha que deixe a gente com os olhos grudados na tela. Alguém que seja só feminina. Mulher sem senso prático, que não se vire sozinha. Mulher de cinema. Parece que está faltando uma dama assim nas telas. Na vida real, ninguém quer saber de uma mulher que seja apenas fêmea. Hollywood está tendo que buscar algumas até na Austrália, caramba! Outro dia, vi uma estrela de Bollywood que transbordava feminilidade, mas dava pancadas a torto e a direito. Nicole Kidman está titia. Kyra é muito durona. Naomy Watts é preciosa, é quase ela. Mas ela também quer ser cerebral. Quer ser Greta Garbo, quando poderia ser Marlene Dietrich. Onde estão as estrelas que queriam, antes de mais nada, nos seduzir, nos deixar apaixonados? As mulheres na tela que nos transformavam em seres babões?

E não sei se foi problema da cópia do filme que assisti, mas o som estava péssimo. E a música era sem graça.

2 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Também achei o filme fraquíssimo, Careca. Pior que no mesmo dia eu tinha passado o olho em Poderoso Chefão II, que tava passando na tv.

Careca disse...

Rodrigo, é, não dá para comparar. Comediante, no final da carreira, quer fazer filme sério. Os caras sérios querem fazer comédia. No final, parecem fazer papel de bobos.

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