quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Entenda o que é psicologia
Todo mundo sabe que o jogador quer mesmo é perder a grana que aposta. O vício dele não é ganhar. No máximo, ele quer juntar uma fortuna para perder. É isso que o tira do sério e injeta adrenalina nas veias. O cara é um perdedor, foi feito para isso. Essa é a sua tara. É aí que o sujeito se embica e se esbalda. E quando ele não consegue, mesmo se esforçando, perder tudo o que ganhou naquela noite de sorte incrível, ele torra tudo no dia seguinte.
_O que vem fácil, vai fácil!
O conceito vale para qualquer jogo, inclusive os esportivos. Se o sujeito gosta de futebol, nem precisa ser um apostador, o raciocínio é o mesmo. Ele gosta mesmo é de sofrer. O seu timão lidera o campeonato, é líder absoluto, mas deixa a peteca cair no último minuto. Aos 45 minutos do segundo tempo, depois de estar na frente por quatro a zero, a equipe perde de virada em gol de pênalti roubado.
_Valeu, timão. Fica para a próxima!
A lógica do contrário é a mesmo para o sujeito que gosta de trair a mulher. Ele não vê a hora de deixar aquela infeliz. Ele não vê a hora de trocar aquela mulher que o privou de tudo por aquela outra, e aquela outra, e a outra. Mas, na verdade, o traidor é o corno absoluto. Ele só irá se dar por satisfeito no dia em que flagrar a mulher com outro, transar com os dois, e ser morto por eles. É a única coisa que faz sentido.
_Perdoa-me por me traíres!
Veja o caso dos viciados. Cada vício é uma coisa diferente, mas o princípio é o mesmo do jogador: perder no final. O viciado em shoppings gasta até o que não tem para comprar coisas que não irá usar. Depois, terá que deixar de freqüentar os shoppings. O viciado em cigarro fuma por status, aceitação em grupo, por prazer, por isso e mais aquilo, mas sabe que terá que largar o vício se quiser continuar vivo, ou com pelo menos um dos pulmões funcionando. O alcoólatra é a mesma coisa. Metade da vida bebendo, pensando na birita que irá beber. E a outra metade, se estiver vivo, pensando na birita que não poderá beber. O viciado em trabalho, esse maluco, será aposentado compulsoriamente e só de sacanagem alguém dará um relógio gravado para ele.
_Puxa, depois de 55 anos de trabalho. Eu não merecia tanto!
Ás vezes você se depara com uma coisa que parece fugir à regra. Examine com cuidado a situação. Verifique quem são os santos, os pecadores, as prostitutas e as virgens. Verifique de novo e veja se não é o contrário. Geralmente é.
Mas o melhor da psicologia é a sua facilidade de aplicação no mundo prático. Por exemplo, aquele seu amigo mala que vive chamando você para participar de negócios da China. Ora, todo mundo que já leu um pouquinho de Freud sabe que a melhor maneira de fazer uma pessoa desistir de um negócio da China é se entusiasmar tanto quanto ela.
_Estou pensando em vender geladeira no Pólo Sul. O que você acha?
_Excelente idéia. Posso ser seu sócio? Quando partimos? Posso levar o pingüim da minha geladeira?
Quando a idéia é de jerico, ensina Pavlov, concorde com o animal até o próximo choque elétrico.
_Vamos abrir um boteco?
_Vamos. Amanhã mesmo. Mas você fecha. Detesto mexer com aquelas portas de metal.
Mas existem também as exceções à regra. Os caras que acham que são normais. Esses não têm cura, você sabe. E são mais discretos. Os caras metidos a normais reagem aos maiores disparates com um mero arquear de sobrancelhas.
_Hum!, eles dizem.
Uma pesquisa ainda não divulgada revela que esses sujeitos são os maiores freqüentadores de blogs do planeta. E os únicos que deixam comentários. Mas você, meu amigo, não é nada disso. Ou é?
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Um comentário:
Ai Careca,
eu sou normal, será? ficava tão feliz me achando louca... Eu sei que o blog morreu mas a saudade é grande decidi reler e fazer a carta para o Papai Noel, né? Pelo menos mal não faz!!!
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