quarta-feira, 29 de julho de 2009

A volta às aulas e o Careca

A volta às aulas de anteontem não valeu. Minha pequena princesa ficou em casa. Foi porque ela esteve doente, com febre, da quinta-feira passada até o sábado. A dor de ouvido exigiu até antibiótico.

Minha valente guerreira comeu iscas, feito um passarinho, nesses dias de dor de ouvido. E só no domingo voltou a ficar elétrica, como sempre. Agora já passou tudo, passou tudo. Mas o apetite ainda demora. Aí, na segunda-feira, por precaução, nós resolvemos deixar ela de molho no dia da volta às aulas. Assim, no dia da volta às aulas foi só o menino. Ele achou legal, mas sentiu falta da irmã.

Eu não saí de férias, então para mim não fez diferença. Acordei só um pouco mais cedo, para alguns minutos de leitura matinal no banheiro. Encontrei os conhecidos de sempre da escola nem tão alternativa, que é cara pra dedéu. Para mim e as torcidas reunidas, a volta às aulas foi só uma volta à rotina. Mas só até o final da tarde.

Parece que o bicho pegou lá em casa, na hora do jantar, lá pelas seis e meia. Rose, a governanta-cozinheira-babá-estudante-universitária-serviço-social, se disse ultrajada, quase aos prantos, num telefonema.

_As crianças se rebelaram. Elas nem comeram direito –reclamou a Rose para a minha mulher.

A Primeira Dama e Esposa Predileta, imediatamente acionou os serviços da irmã, a Tia Dê, que foi substituir a babá-faxineira-graduanda em dificuldades.
A volta às aulas afeta todo mundo. O trânsito piora. As pessoas voltam a olhar para o relógio o tempo todo. E a tensão aumenta.

As crianças sentem essas coisas no ar e ficam mais ariscas e sensíveis. Os adultos também. Além disso, a educação superior começa a afetar a segurança metodológica da Rose. Ela agora hesita entre as possíveis abordagens a adotar quando as crianças começam a berrar que não querem feijão às seis e meia da tarde.

_Oh! – diz a Rose. Quando antes ela driblava as crianças numa boa.

Quando cheguei em casa, tudo já estava tranqüilo. Agradeci a Tia Dê e depois que ela saiu tentei esclarecer a crise, mas tenho convicção de que jamais alcançarei a verdade. Até porque, não importa.

Mesmo assim, perguntei ao meu filho o que havia acontecido.

_Nada, eu só fiquei contanto piadas – ele me disse, lampeiro e fagueiro.

_É paiê, só piadas. Piu! – disse a menina, toda sabida.

Por via das dúvidas, o vídeo-game está suspenso até comprovação de bom comportamento.

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