Muita gente faz um esforço extraordinário para que uma coisa simples pareça extremamente difícil e complicada.
Eu também.
Eu procuro dourar a minha pílula ao máximo. Se eu não fizer isso, ninguém fará por mim. É lógico que me sinto um chato, dourando a minha própria pílula. Enchendo a minha própria bola. Inflando a minha linguiça. Puxando a brasa para a minha sardinha. Fazendo a minha marola. Pegando a castanha com a mão do gato.
Na minha cabeça, fico parecendo o Patolino. Sabe aquele pato preto, que tem inveja do Pernalonga? Pois então. Às vezes eu me sinto como o Patolino, sapateando e depois pulando do trampolim dentro de um copo dágua. Dali de dentro vejo os Pernalongas, sorridentes e tranquilos, mais valorizados e levando a melhor.
Muitas vezes eu torço contra o Pernalonga e o Bip-bip(aquele avestruz psicodélico super-veloz que enlouquece um lobo no deserto). Mas eles sempre vencem. Os dois são criações de roteiristas velhacos.
Sim, senhor. Às vezes eu acho que o gigantesco complô anti-Careca realmente existe e que só falta um minuto para que ele aconteça. Às vezes eu olho para o lado e imagino que daí a pouco dezenas de paraquedistas descerão dos helicópteros e me cercarão, as metralhadoras automáticas apontadas para a minha barriga. Sou um alvo fácil demais, eu penso. As forças ocultas e misteriosas que já vitimaram figuras históricas também agem contra mim.
Mas passa depressa.
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