Comecei a assistir a despedida do Ronaldo com lágrimas nos olhos. O Fenômeno deve ter parado o país. Mas depois achei que a coisa estava encompridando demais. E aí, quando as lágrimas do Ronaldo começaram a rolar eu já estava pensando no Bussunda, que Deus o tenha, e nas piadas que ele certamente faria com a despedida do maior craque de futebol que eu vi jogar.
Quer dizer, o Pelé eu vi em filmes e reprises antigas. O Garrincha nem se fala. Vi Zico, vi Romário, vi Ronaldinho e outros brasileiros que foram ou são craques. Mas gênio da bola, que eu vi e torci a favor, era Ronaldo. E por causa do seu gênio com a bola, não quis saber das suas escorregadas fora de campo. Era ali, no gramado, que ele era forte. Foi ali que sofreu as fraturas e contusões dilacerantes, que me deixaram engasgado só de olhar e que ele superou com uma coragem e uma força de vontade extraordinárias.
Depois a estrela de Ronaldo bruxuleou. Ele começou a ser notícia mais pelo que fazia fora de campo. Mulheres, ex-mulheres, casamentos, ex-casamentos. Confesso que fiquei um pouco decepcionado com a história do travesti, mas também deixei pra lá, aquilo não era da minha conta. Até nisso ele conseguiu dar a volta por cima, recuperou a imagem. E também voltou a mostrar futebol. Em campo o craque relampejava de vez em quando, fazia a diferença em segundos de ótima atuação.
Mas a sua chama se apagou aos poucos e por fim, virou fagulha, virou centelha. A maior estrela de futebol que vi jogar, que me fez procurar por suas aparições em jogos no Brasil e Europa pendurou as chuteiras. Na despedida falou de dor e doença e superou as próprias lágrimas.
Talvez Bussunda nem fizesse piada.
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