segunda-feira, 11 de março de 2013
Pelado no parque
Queen - Bicycle Race
Uma das coisas mais extraordinárias dos últimos anos é a facilidade com que muitas pessoas se dispõem a tirar a roupa para defender uma causa. Sou do tempo em que era preciso esperar o desfile de carnaval para ver tanta gente nua, mas hoje em dia os protestos com gente pelada são praticamente diários. Vale tudo. E já tem um monte de figuras carimbadas. As moças do Femen, por exemplo, tiravam as vestimentas praticamente uma vez por semana para chamar a atenção para questões políticas e já espalharam filiais de protestos pelo mundo, inclusive no Brasil. Eu presto a maior atenção, mas até mesmo eu tenho que reconhecer que as moças do Femen já não animam a torcida como antes. Das primeiras vezes, até mesmo os policiais pareciam constrangidos em prender aquelas moças tão bonitas com os peitos de fora, mas hoje em dia os caras parecem que já estão acostumados com aquela peitaria e os slogans pintados. Eles atiram as moças nos camburões, seguram pelas axilas, levantam e sacodem as mulheres sem a menor cerimônia, dá a maior dó. O descaso é tanto que as moças deram um tempo, começaram a espaçar um pouco mais os protestos.
Seja como for, aqui no Brasil a onda agora é o nudismo de bicicleta. Dezenas de ciclistas do sul e do sudeste estão se mobilizando e tirando a roupa para dizer que andar de carro é ruim e que o bom mesmo é pedalar até o trabalho. Os caras dizem que é legal demais pedalar até a exaustão, enfrentando a fumaça, todos os riscos do trânsito e a possibilidade de morrer atropelado pelo filho de um milionário. Eles gritam por melhores condições de ciclismo e querem sair no braço com quem não esteja a fim de pedalar. Mesmo assim, são todos do bem. Os ciclistas acreditam que ficando pelados sobre a bicicleta vão conseguir chamar a atenção das autoridades para a necessidade de se construir melhores ciclovias e, quem sabe, estimular milhares de pessoas a sair do sedentarismo selvagem. Pode ser que funcione, pode ser. Mas tenho as minhas dúvidas quanto a pedalar pelado. Isso não faria bem para as minhas hemorroidas.
Outra dúvida que eu tenho é quanto ao bafômetro. Alguém precisa me explicar se o ciclista é obrigado a soprar o bafômetro ou se pode usar a bombinha. Também preciso saber se o ciclista não estaria obrigado a levar um estepe e triângulo, que são equipamentos de segurança mínimos e obrigatórios para qualquer veículo.
Eu me sinto mais confortável sobre duas rodas quando estou vestido. Mesmo assim torço para que os ciclistas consigam o que desejam, inclusive mais e melhores bicicletas e uma chance para concorrer ao remake unissex do clipe do Queen.
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