sábado, 30 de março de 2013
Bronca profilática
John Maus - Do your best
Estávamos no café-da-manhã, onde tivemos uma breve conversa sobre a logística do dia.
_Vou levar vocês para a aula de música.
_Ah, não!
_Por quê anão?
_Porque você dá muita bronca.
_Só dou bronca quando é preciso. Você fez alguma coisa para merecer uma bronca?
_Não.
_Então não vai ter bronca.
Depois que meu filho saiu para se aprontar, minha mulher continuou a conversar comigo.
_Acho que você deveria diminuir as broncas nas crianças. Elas estão ficando chateadas - ela disse.
_Não vou parar de dar bronca porque eles não gostam. Às vezes é necessário.
_Mas você exagera.
_Não acho. Minhas broncas são bem consistentes, pedagógicas e profiláticas.
_Você fica meia hora falando a mesma coisa.
_O objetivo da bronca é exatamente esse: provocar chateação a ponto da pessoa não querer levar outra.
_Eu não dou bronca assim.
_Pois é, suas broncas são meio explosivas, mas não duram quase nada. Num instante você esquece de tudo, se arrepende e passa a adular as crianças.
_Não é isso...
_Talvez você pudesse melhorar as suas broncas.
_Agora virou uma conversa sobre a qualidade das broncas?
_Existem as que dão certo e as que não servem pra nada.
_Ai, como você é irritante.
_Deve haver uma maneira de transformar a eficiência das broncas num gráfico.
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