Fui encontrado por um livro do Chuck Palahniuk neste sábado. Eu já havia passado pela prateleira do C e do P. Foi por isso que o livro dele , chamado Diário, me chamou a atenção. Alguém, definitivamente, havia mudado o livro de lugar. Ele estava no meio de uma prateleira com livros que começam em T, entre uma biografia de Tupac Shackur e um livro do Tristan Tzara.
Só para ter certeza, fui com o livro até o P. Não havia nenhum livro do Palahniuk. Fui no C, idem. Na letra D tinha um monte de Diários, mas nenhum do Chuck. Que estante mais bagunçada, eu pensei. Os livros estão colocados em ordem analfabética por autor e/ou por ordem alfabética do título. Ou seja, se eu estivesse procurando por esse livro, jamais o encontraria. Chamei um funcionário da loja.
_Meu amigo, essa estante é organizada por autor ou pelo título? – eu perguntei.
_O senhor está procurando qual livro? – ele sorriu, contente por me responder com uma pergunta. Vendedor adora responder com pergunta.
_Eu perguntei primeiro. O senhor poderia me responder? – eu disse, sorrindo de volta. Sou campeão de sorriso falso.
_É claro, meu senhor. E qual é o livro que o senhor gostaria de encontrar? – ele insistiu.
_Será que eu encontro um livro igual a esse? – eu retruquei, mostrando o livro do Kurt.
_O senhor está brincando? – ele manteve o sorriso.
_Tenho cara de brincalhão? – redargui.(Um dia, há muito tempo, eu jurei que iria usar esse verbo no pretérito perfeito)
_O livro é igual a esse, certo? – disparou.
_Que horas são? – indaguei, fugindo pela tagente. Tem vendedor que é muito bom nesse game.
Li a orelha do livro. Decidi levar porque ele, o livro, passou nos dois test-drive de livros que eu faço toda vez que estou sem ter certeza de que quero comprar. Primeiro, é lógico, faço a leitura cuidadosa da primeira página. Curta, simpática, um estímulo à curiosidade essa primeira página. Não era tão sensacional quanto a primeira página de On the road, nem tão belo quanto o primeiro parágrafo de O Grande Gatsby. Mas também era bacana.
Em seguida, passei para o segundo test-drive do Careca. Procurei a dedicatória. E lá estava ela, perfeita. Raramente você encontra uma dedicatória tão simples e bonita. Raramente, você encontra tanta expressividade numa única frase. E é incrível como uma simples frase, única, consegue fazer você pensar tanto.
Eu sou péssimo em dedicatórias. Sou ruim para fazer qualquer tipo de dedicatória. Mas se algum dia eu fizer uma dedicatória de livro, vai ser uma bem parecida com aquela do Chuck, em Diários. (Dedicatória é o tipo de coisa que não se encontra fácil no google, pessoal. Legal, né?)
"Para meu avô, Joseph Tallent, que me disse para ser o que eu quisesse."
4 comentários:
Tá, falaí, como é a tal dedicatória???
Anônimo, "Para meu avô, Joseph Tallent, que me disse para ser o que eu quisesse."
Careca, duvideodó que você não consegue fazer uma bela dedicatória para os seus filhos! Duvido!!! rsrsrs Abraços!
Janaína, é difícil, mesmo.
Postar um comentário