sábado, 31 de janeiro de 2009
Uma anfitriã no bis com Adam Sandler
No meio da semana, minha filha, de quatro anos, foi com o irmão e a Patroa assistir ao novo filme com Adam Sandler, “Um faz-de-conta que acontece”. Neste sábado, ela resolveu que eu deveria ir ver o filme com ela. Ela fez um convite exclusivo. Nem a mãe e nem o irmão foram convidados.
_Paiê, você TEM que ver o filme!
Então eu aceitei o convite. Fomos ao shopping todos juntos. Depois de comprar ingressos, a pipoca e o refrigerante, a Patroa e o filhote foram para as lojas de móveis e eu e a filhota fomos ao cinema. Foi a primeira vez que fui a um filme só com UM dos filhos. Em geral, ou estamos em bando, com os primos e amigos, ou então só os quatro.
Outra coisa também me chamou a atenção. Minha filha se portou como anfitriã. Foi ela que fez questão de entregar o tíquete ao bilheteiro, na entrada. Ela tomou a minha frente e foi me guiando na sala do cinema. Foi ela quem sugeriu a fileira em que acabamos por sentar. Mas, gentil como só os anfitriões sabem ser, fez parecer com que eu tivesse escolhido o lugar. Perguntou se eu estava confortável. Perguntou se eu não gostaria de ir ao banheiro antes, para fazer xixi. E também me adiantou que se em algumas cenas eu ficasse com medo, era só dar a mão para ela.
_Eu te ajudo, Paiê – ela disse, compreensiva. Ela sabe que nós, adultos, morremos de medo no cinema.
_Paiê, tem uma cena meio nojenta também. Aí é só fechar os olhos - ela também sabe que nós, adultos, morremos de nojo de algumas cenas de geleca nas cinemas. E nos filmes para crianças, existem montes e montes de cenas de geleca. E nos filmes do Adam Sandler, você pode multiplicar esses montes de cenas por dez.
E antes do filme começar, ela já me fez um monte de recomendações. Mas a principal é que eu deveria desligar o telefone celular, para não atrapalhar ninguém no cinema.
_Estraga o filme – ela disse. E eu desliguei o celular sob o olhar vigilante da minha anfitriã de cinema.
Adorei o filme e dei boas risadas. E minha anfitriã também riu muito, às vezes até por antecipação. E ela também me avisou quando as cenas de medo e de geleca iam aparecer, por isso não me assustei muito e nem precisei de um saco de vômito.
Depois nós conversamos sobre o filme. Sobre as melhores cenas. Quando choveu chiclete. Quando aparece o Zoiúdo. Quando aparece o anão maluco.As mais engraçadas. A melhor música. A melhor careta. Ou seja, conversamos tudo de bom. E o brilho dos olhos dela era tão intenso quanto o brilho dos sorrisos.
E depois eu perguntei:
_Mas por quê você quis ver esse filme só comigo?
_Oras, Paiê, eu sabia que você ia gostar!
É mesmo. Eu deveria saber. Mas eu, adulto, vivo esquecendo o óbvio.
P.S>: No final do filme, eles tocam de novo aquela música sensacional de antigamente :Don´t stop believen , do Journey. Já estava aí, na Rádio Careca. Coincidência pura.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Estou ficando fã da sua filhota, viu? rsrsrs Um dia, espero que meu sobrinho faça o mesmo para mim, queira ser meu anfitrião de cinema... e de teatro... de parques... de tudo. Abraços!
Janaína, é claro que ele vai fazer. Crianças captam as coisas no ar. Abçs,
Isso sim daria um lindo filme!Fiquei realmente emocionada, só tenho adolescentes...triste!
Anônimo, adolescentes também são bacanas. E já foram crianças...
Postar um comentário