sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Tony Ramos, feijão, Baby e o Menino do Rio

Não sou muito de assistir TV. Nem mesmo telejornal. Vejo filmes, DVDs, essas coisas. A última novela que assisti mais de um capítulo foi Pantanal. Achei boa, outras pessoas também, tanto que reprisaram, fiquei sabendo. Não é que desgoste do gênero. Acho novela uma coisa genial, o povão se amarra. É a coisa mais próxima de uma identidade cultural nesse país. Novela. Acho que é até por isso que eu não vejo. Não sou muito de cultura popular. Sou metido a sofisticado. De vez em quando ouço até ópera. Embora goste mesmo é de rock´n´roll. E bossa nova. E MPB. E um pouco de jazz.

Então outro dia eu estava parado na sala e meu filho ligou a TV. Vi o Tony Ramos. É um rosto que conheço faz tempo, desde que vi o primeiro capítulo de uma novela. Ele era o filho de um milionário e jogava dinheiro pela janela. Muito dinheiro. Vale tudo. Helena Roitman, essas coisas. Tony é um cara versátil. E peludo. Agora parece que vai fazer papel de indiano. Não faz muito tempo ele fez um grego. Já fez papel de árabe também, tenho quase certeza. Está se tornando um ator para qualquer etnia a leste de Greenwich. É muito bom.

Aí fiquei pensando em identidade cultural. A gente assimila uns conceitos pela metade e acaba se acostumando com eles. Mas essas coisas não fazem muito sentido. A minha identidade cultural não me garante meia-entrada em lugar nenhum há muito tempo. Vai ver, a minha meia-entrada venceu. Pensando bem, meia-entrada também não faz sentido. O preço deveria ser um só, que nem feijão. Estudantes e professores comem feijão e não pagam meio feijão.

E o que o Tony tem a ver com isso? Bem, hoje, no almoço, eu encontrei um pelo no meu feijão. Foi super-desagradável, mas nem reclamei com a Rose, que é a faxineira-cozinheira-monitora-governanta-lavadeira-passadeira e babá daqui de casa. E foi por isso, por causa do pêlo, que eu lembrei do Tony Ramos. E alguém me falou que a nova novela tem um monte de indianos com nome de indianos. E depois eu vi o Tony. E em seguida eu pensei, nossa, onde andará a Baby Consuelo e aquele monte de filhas dela, que têm aqueles nomes todos de indianas e indígenas? E aí chegamos ao Menino do Rio, na voz dela, que fica ecoando na cabeça da gente feito chiclete...

4 comentários:

Paulo Bono disse...

porra!
Gosto muito de Tony Ramos e odeio com todas as forças do universo "Menino do Rio".

abraço, Careca

Careca disse...

Bono, fico imaginando se Tony teria coragem para se depilar para um papel de nadador, por exemplo...

Anônimo disse...

Careca,
Novela é coisa de gente sem cultura! Eu, como sou muito sofisticado, não me interesso por isso. Mas permita-me corrigí-lo em algo: o Tony Ramos joga dinheiro na novela "O Astro" que foi exibida entre 77 e 78. Ele era filho do Salomão Ayala que foi morto pelo Felipe, personagem de Edwin Luisi. Já a Odete Roitman é da novela "Vale Tudo" exibe entre 88 e 89. Já a Odete foi morta pela Leila, personagem de Cassia Kiss.
Tirando as datas, que tive que buscar no Google, é mais ou menos assim que me lembro...

Abraços

Careca disse...

Marcus, obrigado pelas sofisticadas correções. Eu lembro de tudo misturado, é uma bagunça a minha memória. Eu até pensei que a Odete tinha sido detonada pela Renata Sorrah, que bebia feito um gambá. Abç,

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