domingo, 25 de janeiro de 2009

Quatro notas curtas

No meio do caminho havia um plágio
Será que existe meio plágio? Se existir, eu vou processar a Globo, que pegou metade do nome do meu blog e colocou numa novela. Ou então eu entro com meio processo e exijo uma meia reparação. Se bem que já tenho uma gaveta cheia de meias. E todas reparadas. As que não tinham mais jeito eu joguei fora.

O bom dos cruzeiros
É sempre bom pensar. E cheguei à conclusão de que as pessoas que curtem cruzeiros marítimos não querem chegar a lugar nenhum. O que elas gostam mesmo é de viajar. É de estar em movimento. E devagar. E com um saco de enjôo por perto.

Pescar no Paranoá
O bom de poder pescar é que você de vez em quando pega um peixe. O mais incrível é que os peixes comem qualquer coisa quando estão com fome. Neste domingo, eu estava ensinando meu filho a pescar, mais uma vez. Ele não tem medo de minhoca. Mas tem nojo. Então eu tenho que iscar para ele. Depois de alguns minutos, ele conseguiu fisgar um peixe. Ficou eufórico. O peixe era menor do que um dedo, dos pequenos. Após vários minutos de argumentação ele concordou em soltar o peixe. Dois minutos depois eu pesco um peixe, tão pequeno quanto o dele e muito parecido.
_Pai, esse aí não vale, eu acabei de pescar. Continua um a zero pra mim.

Outra praça do ON, oh, não!
Li no jornal que a população de Brasília protestou contra a possibilidade do poder público construir mais um monumento de autoria do Oscar Niemeyer na Esplanada dos Ministérios. Fiquei feliz de saber que não é só uma cisma besta minha. A redação do Correio Braziliense, que noticiou a possibilidade de mais uma praça da cidade ser assinada pelo ON, foi inundada por cartas, faxes, e-mails, telefonemas, messagens eletrônicas e cartas e papéis amarrados em pedras. Eu, como todo mundo, prefiro um arquiteto mané qualquer, que coloque sombra, banheiro, banco e lugar para sentar, comer, beber e conversar na praça. Nas praças do Niemeyer, o banheiro fica num lugar escuro e longínquo, acessível somente depois que você descobrir onde ficam as escadas. E as escadas ficam longe. Sombra? Nem de toldo. Banco para sentar? Leve o seu. Lixo? Guarde no bolso. Crianças e idosos? Acessibilidade? Esqueça. O homem nunca escorregou no chão que imaginou e jamais pensou em corrimão ou em alguém despencando de vãos livres com a beirada de uma rampa na altura da canela. Lembra do Vampeta rolando na rampa do Planalto? Estava completamente mamado, mas se você perder o equilíbrio naquela rampa o modo Vampeta é o único jeito de completar o percurso sem se quebrar todo. Role.

8 comentários:

Anônimo disse...

Olá Careca,
Não é só voce, nem só Brasília que tem cisma com praças e parques de Niemeyer...
O daqui está em construção a revelia de tudo e todos... E é horrível. Alguns links para voce ver que não é privilégio de voces ter obras de Niemeyer embelezando a cidade.
http://www.mp.pe.gov.br/index.pl/clipagem0804_parque
http://acertodecontas.blog.br/atualidades/e-fomos-conhecer-o-parque-dona-lindu/

Careca disse...

Liliane, vi as fotos. O prédio do Niemeyer, mais uma vez, é redondo, sem janelas, sem ventilação, uma fortuna em fundação, etc. Será mais uma bola enfiada no chão, sem um pingo de luz natural, no meio de uma gigantesca piscina de concreto.

Mwho disse...

Careca,
Acho que o Niemeyer deveria ser orientado a se aposentar. Talvez ele vá querer uma longa fase de adaptação...

Rodrigo Carreiro disse...

Cruzeiros são interessantes, desde que cheguem a algum lugar. Ficar no mar por ficar eu prefiro pagar um resort e curtir tudo que rola ;p

Careca disse...

Mwho, dizem que ele é workaholic. Seria maldade alguém soltá-lo numa das praças que ele desenhou, sem água e sem guarda-sol por uma hora?

Careca disse...

Rodrigo, você é um sujeito terrestre, tem o pé no chão.

Anônimo disse...

Oi, Careca, tudo bem? Voltei, depois de longas férias... A cidade do ON realmente não é para pessoas. Fico matutando pra quem será que ele faz essas coisas, mas não cheguei a conclusão. Para ele mesmo, talvez? rsrs Abraços!

Careca disse...

Janaína, feliz 2009! ON faz para megalomaníacos. São eles que compram.

Frase do dia