sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pequeninas impressões



The Black Keys - Howlin´ for you

Às vezes fico pensando no início.

Nunca li "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues. Também não assisti à peça ou vi aos filmes. Mas sei que a trama começa quando um homem atende ao último pedido de um moribundo e o beija na boca, ainda no lugar onde o sujeito acaba de ser atropelado. E se acontecesse comigo? Bom, sou meio surdo de um dos ouvidos.

Trópico de Câncer de Henry Miller, começa com uma citação de RalpH Waldo Emerson: " Estes romances cederão lugar, pouco a pouco, a diários ou autobiografias - livros cativantes, desde que um homem saiba escolher, entre o que chama de suas experiências, aquilo que é realmente sua experiência e saiba registrar verdadeiramente a verdade." Eu bem que tento.

O ótimo "Da mão para a boca", de Paul Auster, começa com a seguinte frase:"Dos vinte e muitos aos trinta e poucos anos de idade, passei por um longo período em que tudo que eu tocava dava em fracasso." Meu longo período está começando.

Bem no comecinho da palestra "O enigma da poesia", Jorge Luís Borges diz que não tem revelações a fazer. "Só posso lhes oferecer dúvidas." E eu? Tenho que ir com calma, ainda estou na fase de construir as primeiras perguntas.

Naquele conto do Sam Sheppard, do livro "Grande sonho do céu", há um cartaz que diz "A VIDA É O QUE ESTÁ ACONTECENDO ENQUANTO VOCÊ PLANEJA OUTRA COISA". E acontece que isso é a mais pura verdade.

"Não há futuro suficiente para todos", garante Tibor Fischer em "A gangue do pensamento". Ele tem razão, tem razão.

"Cretino", pensa Jack Torrence, na primeira linha de "O iluminado", de Stephen King. Sim, na maior parte das vezes eu me acho um cretino.

"É estranho que os benfeitores da humanidade sejam pessoas engraçadas. Pelo menos na América, isso acontece quase sempre. Quem quiser governar o pais tem que diverti-lo" - escreve Saul Below na primeira página de Ravelstein. Por aqui também temos piadistas de sobra.







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