terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
A Arma Zeta VIII - A história de Manoela
Ela respirou fundo e disparou. Eu agora usava um smoking.
_ O artefato Zeta foi encontrado pelo meu trisavô durante a Guerra do Paraguai – disse Manoela.
_Ah, conta outra, vai – eu disse.
_Meu tio-avô trouxe da Itália, depois de lutar em Monte Castelo – ela disse.
_Essa foi péssima – eu disse.
_Minha mãe roubou esse troço de um velho alemão nazista. Ela achava que era de prata e tinha algum valor, mas não sabia que era uma arma. Então ela se casou com um argentino chamado Victor Caled, que se dizia imortal e lhe ensinou tudo sobre a Zeta. Eles se separaram e Victor desapareceu. Minha mãe se casou novamente, dessa vez com meu pai, que você conheceu. Ele tiveram uma filha, eu, a quem minha mãe contou tudo o que sabia sobre a arma Zeta durante vinte anos.
Eu me lembrava das iniciais do anel. Talvez eu ainda o tivesse guardado em alguma gaveta.
_Melhorou bastante. Mas não explica como vocês reencontraram a geringonça – eu disse.
_Seu vizinho...
_Roberto?
_Não é Roberto. O nome dele é Victor Caled – disse Manoela.
_E onde ele está?
_Agora eu não sei. Mas ele estava disparando contra nós dois não faz muito tempo.
_Como vou saber se você está dizendo a verdade? – eu disse.
_Não tem como saber. Mas isso também não tem a menor importância.
_Espere aí, então existe uma outra arma Zeta nessa história? – eu disse.
_É claro, existem muitas. Minha mãe diz que existem pelo menos vinte. Foi o que o velho alemão disse para ela.
_Então existiu mesmo um velho alemão?
_Claro, ele estava em Monte Castelo, mas perdeu.
_Entendi. Ele também perdeu na Guerra do Paraguai, eu presumo – eu disse.
_Não, ele estava do lado vencedor. Mesmo assim o prenderam.
_E por quê ele não usou a arma Zeta? – eu disse.
_Porque ele disse que encontrou a arma escondida na cela da prisão. Foi graças a ela que escapou.
_Ah, fala sério! Isso é inacreditável.
_Você gosta de smoking cor-de-rosa?
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