quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A Arma Zeta IV

Naquele Carnaval eu estava fantasiado de Baixim, o Fradinho baixo, sádico e sarcástico criado pelo Henfil. Claro, na rua ninguém sabia disso, só achavam que eu estava com uma roupa muito quente. E era mesmo muito quente, mas não foi por isso que eu desmaiei. Desfaleci pela visão da bela Manoela, coisa que naquele instante não era conveniente admitir.

_Então, o que aconteceu? - perguntou a mãe de Manoela.

_Quando?

_Agora. Encontramos você caído no corredor e tivemos um enorme trabalho para arrastá-lo até o sofá. O mínimo que você poderia fazer é nos dizer o que aconteceu. Você é cardíaco? Diabético? Sofreu uma insolação? - disse a mulher.

Uma pessoa bonita pode parecer ser mais antipática que uma pessoa com quem não esperamos criar algum tipo de empatia. As pessoas com boa aparência estão acostumadas a presumir que receberão mais atenção e consideração do que uma pessoa desprovida desses atributos. Naquele dia eu deveria estar um pouco grogue, porque apenas agradeci e pedi desculpas pelo trabalho e voltei rapidamente para casa. Mas antes, é claro, apertei a mão do Seu Alencar e me apresentei para a família.

_Antônio. Obrigado, mais uma vez e desculpas novamente pelo trabalhão.

Assim que entrei em casa fui até a mesa onde o brinquedo costumava ficar e, para minha surpresa, descobri que a Arma Zeta havia desaparecido.

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