sexta-feira, 30 de março de 2012

Renda de bilro



Orgone - Give it Up

Estou imerso em toneladas de arquivos cibernéticos que juntei e gravei em DVDs e CDs durante vários anos. Organizar a barafunda eletrônica não é fácil. Tenho jogado muita coisa fora. Alguns CDs são impossíveis de ler, estão empenados, arranhados, lascados. E assim como os arquivos analógicos, os arquivos digitais também estimulam o devaneio e a introspecção. Passei a manhã e a tarde praticamente em silêncio.

Fez um calor infernal, não consegui me concentrar direito. Estou dando um tempo na oficina, já tenho coisas demais. Talvez ainda faça um móvel novo, quero muito construir um baú para o meu quarto. Terá que ser bem grande. Vi um projeto legal na internet, mas estou em modo de contenção de despesa nível cinco mortal duplo carpado. Minha pilha de madeira se acabou, usei tudo. A última coisa que fiz foi um estrado que escureci com verniz e parafusei na parede dos fundos, de frente para o quintal. Vai servir para pendurar vasos.

Nesta semana também reformei uma mesa e um rack, além de duas cadeiras, tinha esquecido. Mas não fui muito produtivo. Tive problemas com os freios do carro e troquei as pastilhas. Agora está bom. Também me organizei para a declaração de imposto de renda, todos os papéis estão separados, falta pouca coisa.

Uma das coisas que faltavam era a declaração de rendimentos do banco. Foi por causa dela que descobri que o meu cadastro precisa ser renovado ou não me devolvem o limite do cheque especial. As moças do banco pediram que eu leve algum comprovante de renda para acertar tudo.

_Só se for de bilro! - eu disse.

_Como? O senhor poderia repetir, por favor? - disse a gerente.

_Nada, foi só uma piadinha - eu disse.

Enrolei e vou deixar para apresentar o comprovante na outra semana.

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