quinta-feira, 15 de março de 2012
Os nomes estranhos
When The Levee Breaks - Zepparella
Fui a uma cerimônia de colação de grau outro dia. Foi em outra cidade. O auditório era gigantesco e havia uns oitenta formandos em direito, todos de beca, faixa e aquele chapéu quadrado. A cerimônia contou com show de laser e música incidental. O juramento e os discursos também foram caprichosamente emoldurados. As pessoas da platéia disputaram quem fazia mais barulho quando seu formando era chamado.
O nome era escrito com laser verde na parte superior do palco. Achei alguns nomes bem interessantes. Todos desfilaram com empolgação. O orador da turma caprichou na entonação e não poupou clichês. Foi aplaudido, mas sem júbilo. Houve uma homenagem a um aluno que morrera uma semana antes da cerimônia. Um familiar foi chamado para receber o diploma que o aluno falecido deveria receber. Um governador foi o padrinho da turma. Ele conseguiu vencer os apupos iniciais e acabou aplaudido, com clichês, frases incompletas, parágrafos truncados e tudo.
Em seguida, nova chamada dos formandos para que todos, um de cada vez, recebessem o canudo. Desta vez cada torcida particular caprichou no barulho. Um sujeito gordinho e um magrelo cabeludo quase estouraram meus tímpanos com suas buzinas, apitos e cornetas. Resisti bravamente e não agredi ninguém. Para não pensar no barulho, fiquei reparando novamente nos nomes dos formandos. O brasileiro é muito criativo para nomear as pessoas, todo mundo sabe, é um fenômeno que já nem espanta ninguém. Mas desta vez fiquei muito impressionado.
Segue abaixo uma pequena lista dos nomes que ficaram na minha cabeça. Em ordem alfabética:
Crismeirivei
Crissia
Deiseney
Elisama
Gilbethânia
Kleiderson
Valderissima
Vandernelson
O nome que eu achei campeão de esquisitice foi o da Gilbethânia. Tratava-se, obviamente, de uma homenagem dos pais aos artistas da MPB Gilberto Gil e Maria Bethânia. Como posso ter certeza? O segundo nome era Caetano e o terceiro, antes de Silva, era Galcosta, com tudo junto.
Acho que vou passar a evitar cerimônias de colação de grau. Saí de lá com dor nos ouvidos.
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