sábado, 17 de abril de 2010

Em busca do tempo perdido

Tem muito tempo que o livro de Proust me encara da estante. Muito, muito tempo. E não arrumo coragem para enfrentá-lo. Umas duas ou três vezes eu comecei a ler a obra-prima de Marcel Proust, mas em todas decidi esperar mais um pouco, quando pudesse fazer um mergulho mais profundo. A ocasião, como a candidatura de Ciro, parece que é algo que estará sempre me fugindo.

Lembro de enrolar a leitura de Henry Miller. De nem abrir o livro, achando que seria chato. E depois, num dia em que fiquei na biblioteca por causa da chuva, lembro da enorme felicidade que senti ao ler "O Homem do Crânio de Lavar Roupa", um conto sensacional do Miller que me fez correr atrás de todos os seus livros.

Em outra época, enrolei a leitura do Doutor Fausto, do Thomas Mann. Quando terminei de ler o livro, tive que começar de novo. Dostoiévsky também me parecia chato, porque já havia visto a péssima versão do filme com Yul Brinner e porque os nomes compridos de "Os Irmãos Karamazov", os diminutivos, os apelidos, no início me confundiam. Tive que ler o livro depois, mais uma vez, porque a leitura de "O Jogador" é que me fez gostar de Dostoiévsky.

E depois eu vi o filme d"Os Meninos da Rua Paula", baseado no livro de
Ferenc Molnar. Aí voltei ao livro dos tempos da escola e descobri que era um resumo. Diabos, como é que podem fazer as crianças lerem resumos na escola?

Também não foi Moby Dick que me fez gostar de Melville. Foi Bartleby. E depois também descobri que na péssima biblioteca da Escola Parque, considerada uma das melhores e mais completas do país, não havia a versão integral de Moby Dick. Era uma adaptação para o público juvenil, uma lástima.

Com Guimarães Rosa, deu-se o contrário. Ao invés dos contos de Primeiras Histórias, foi o calhamaço de Grande Sertão Veredas que me fez ler tudo o que escreveu. E nessa época, meu amigo, eu acho que escrevia como Riobaldo, era muito engraçado.

Livros. Música. Desenhos. Em busca do tempo perdido. Tenho uma edição bonita, comprada em banca de revistas no tempo do onça. Ainda está com o plástico. A capa possui uns arabescos, é bem legal.

Mas ainda não será desta vez.

6 comentários:

Paulo Bono disse...

Tenho que ler tanta coisa, carecone. Sou um ignorante.

abraço

leila disse...

ai careca. tentei ler, acho até que li e achei tão chato que nem quero lembrar. estafante.

Careca disse...

Bono, também sou ignorante. Não somos todos?

Careca disse...

Leila, o que nos chateia é mesmo cansativo. E não tem jeito.

Mário disse...

Fala Careca! Tenho recebido uns posts interessantes de um amigo das antigas, o ricardo Carvalho, de Curitiba. Ele morou pouco tempo aqui, acho que em 1986, mas ficamos amigos e mantivemos contato.
DE minha parte, ando também chateado com a política local e tive que aturar, ainda que com dois cômodos de distância, as tais esquiletes...
http://ricarvalho66.wordpress.com/
Grande abraço!

Careca disse...

Mário, o Ricardo era o cara que adorava James Brown, né? O blog dele é bem legal, li um bocado de coisa. Abç,

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