sexta-feira, 16 de abril de 2010
Alvin e os Esquilos é tortura
A decepção com as eleições indiretas no Distrito Federal está acabando com o meu bom humor. Para piorar, meus filhos me pegaram para ver "Alvin e os Esquilos II".
Ave Maria.
Se você, algum dia, desejar torturar um ser humano sem deixar marcas, amarre ele numa cadeira e ponha Alvin e os Esquilos. Pior do que o primeiro episódio, só o segundo episódio.
Foi logo que eu cheguei do trabalho. Minha mulher saiu de fininho para ler sossegada e as crianças chegaram com o vídeo na mão. Loucas para uma "sessão fajuta de cinema no sofá". Nós apagamos as luzes da sala, pegamos um cobertor (está fazendo um frio danado por aqui) e comemos pipoca. E então, a sessão de tortura sem marcas começou.
As crianças adoraram. Então fingi que gostei, é claro. Chamo isso de "contra-psicologia reflexa", que é um pouco mais sofisticada que psicologia reversa.
Parece complicado, mas é simples. Eu sou do contra. Meus filhos puxaram a mim. Logo, também são do contra. Se eu digo que uma coisa é branca, eles dizem que é preta. Eu digo sim. Eles dizem não, fazendo corinho e balançando o dedo indicador. Com direito a dancinha e na-na-ná, na-na-ná. É terrível.
Então, fingi que gostei com empolgação e entusiasmo durante todo o filme. E ainda voltei algumas vezes para repetir partes que eles gostaram. E quando acabou, eu pedi para eles ficarem no sofá só mais uns dez minutos para ver mais um pouquinho. E quando eles começaram a se levantar para ir dormir, eu pedi para que esperassem só mais um pouco, que eu ia passar a minha cena predileta só mais uma vez.
_Tudo bem, mas só mais uma, paiê - concordou a minha menina.
-Pôxa, pai, eu preciso escovar - disse o meu filho.
_Não, espera mais uma vez, vou colocar as Esquiletes fazendo a dancinha da Beyoncé.
_É a última, paiê.
-É, é a última vez, juro - eu jurei, com os dedos cruzados.
Mas tenho quase certeza de que será mesmo a última vez para eu e Alvin e os Esquilos.
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