Eu era menino e me contaram a história da princesinha que não dormiu direito por causa de uma ervilha, do conto do Hans Christian Andersen.
Mas a minha versão é diferente.
Não é sobre o príncipe que quer se casar com uma verdadeira princesa.
É uma menina aparece no castelo dizendo que era a princesa sumida e ninguém a reconhece. Mas ela sabe o nome de todo mundo, conhece as passagens secretas, lembra onde está o anel perdido do selo real (estava no pescoço dela, num colar) , reconhece o brasão da família e mostra os armários que têm esqueletos, além do resto e tudo mais.
Mesmo assim, o pai da princesa, por teimosia, resolve fazer o último teste. Ele manda empilhar vinte e oito colchões e depois diz que a pilha de colchões é a cama da princesa. Sem que ninguém perceba, ele coloca uma pequena ervilha debaixo do último dos colchões, debaixo de tudo. No dia seguinte, a princesinha acorda. O pai, piscando o olho para o bobo da corte, pergunta se ela dormiu bem.
_Sim, papai.
_Tudo ok, mesmo? Pra valer? – insistiu o rei.
_Bom, já que você perguntou, estou com uma dorzinha no ombro, acho que dormi em cima de uma pedra.
E a risada que a minha princesa solta quando eu finjo a dor no ombro é a melhor música das últimas semanas.
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