terça-feira, 23 de setembro de 2008

Um gráfico para o Careca




Decidi fazer um gráfico sentimental. Numa reta, na vertical, eu coloquei um valor de felicidade, de um a cinco, e na horizontal, coloquei os meses do ano. Saiu uma curva esquisita, cheia de altos e baixos, mas com tendência de alta. Depois fiz um gráfico de tristezas em relação ao tempo. Também fiz como da outra vez, atribuindo um valor de tristeza, de um a cinco, para determinado mês. Deu uma curva com tendência de baixa. Aí juntei os dois gráficos e um não era o inverso do outro, não era uma curva espelhada. Era uma garatuja de altos e baixos, parecida com nada. Procurei deixar as duas bem equilibradas e de repente percebi que o número de alegrias suplantava, em muito, as minhas mais sombrias tristezas.

Agora pretendo fazer um gráfico da minha vida.

Vou começar pela minha curva de peso e altura. Com essa pronta, desde a mais tenra idade, cruzarei esse gráfico com as linhas tortas da minha puberdade. E depois, com esmero, vou misturar com as curvas mais suaves dos tempos já distantes, em que eu sonhava a cores. E ali, em preto, vermelho, azul, amarelo e branco, eu era melhor do que já tinha sido. Será um exercício, no mínimo, interessante. Depois vou resgatar linhas mais fortes, de desespero, que mantenho trancadas e longe das vistas. Essas curvas são perigosas, minhas senhoras, meus senhores. Não podem ver a luz do dia. Mantenho esses registros em segredo, trancados a ferro. Não passam de listas, dirão os incautos. Mas não se dá liberdade ao que nos dá medo.

Meio sem jeito, farei mais uma proeza. Vou descobrir um teorema, para acabar com a tristeza.



Nada me ocorre.

Não será agora, nem hoje, nem nunca.

Sou só um pobre Careca.

Que chato, que porre.

4 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Careca, te apóio nessa, muito embora não queira fazer nada parecido ahahah

anna disse...

um pobre careca que consegue plnilhar a vida.

nem tão pobre assim, vai...

Careca disse...

Rodrigo, valeu!:)

Careca disse...

Anna, consigo nada! É puro gógó. E é verdade, não é pobreza de marré, marré, marré. É mais uma classe médieza...:)

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