terça-feira, 16 de setembro de 2008

A crise chegou e não se fala em defenestração




Ninguém, ninguém fala nisso.

Obviamente, o óbvio
É sempre bom começar uma coisa nova pelo começo. Não comece pelo fim. Nem pelo meio. Comece pelo começo. Não comece com coisas velhas. Comece coisas novas com coisas que ainda estão no início. É bem difícil.

Mais sobre o que vale menos
Quando as coisas começam a perder valor, não perca a cabeça. Venda a bom preço.

Um suco de uva, por favor
Sim, bem gelado.

A Rádio Careca está no ar
Coloquei algumas versões diferentes de “Love is a losing game”, todas cantadas pela Amy Winehouse. Essa música e a cantora me emocionam profundamente. Quem não quiser saber nada disso, pode sintonizar Moloko – Fun for me. Tem uns Metallica velhos também, para os headbangers.

Pessoal, estou sentindo as pilhas fracas
Preciso reciclar a minha capacidade de consumo. Preciso ouvir umas coisas novas. Descobrir uma nova banda sensacional. Outra cantora dilacerante. Preciso de um novo diretor de cinema genial para cultuar. De uma equipe de atletas fenomenal para elogiar. Preciso ver uns desenhos novos, curtir alguma coisa legal. Acho que vou comprar uma revista em quadrinhos nova. Cacilda! Acho que pintou a Crise da Meia Idade Adiantada. Ela é meio chulé, essa Crise.

Imagine se estivéssemos em 1929
O cheiro de café queimado estaria entrando pelas narinas de todo o país. Estaríamos queimando borracha. Jogaríamos açúcar nos rios. Daríamos leite aos porcos. Deixaríamos os grãos para as galinhas se fartarem. E, no final, todos iríamos acompanhar as pequenas holandesas a caminhar para o pântano. Estouro de bolha de bolsa, se você pensar bem, é como a menstruação das mocinhas, a cada geração chega mais cedo. Fazendo as contas, essa chegou com pelo menos onze anos de antecedência. Desde que eu me entendo por gente, todo ano se fala em Crise Braba. Dois bancos gigantescos e centenários quebraram e não se fala nem em suicídio. E agora que ela , a Crise Braba, chegou, não vi ninguém pular das janelas. Parece que ninguém gosta mais de drama. E onde estão as filas de sopão? Os concursos de dança de resistência? Tudo está tão nhém-nhém. No final, essa grande Crise Braba não é lá essas coisas.

Enterrando o que o gato não quer mais enterrar
É preciso, é preciso. Onde foi que eu deixei aquela pá?

E por enquanto é só, pe-pe-pessoal!

4 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Engraçado que eu estou ouvindo Amy nesse exato momento. O live é extraordinário, careca.

Anônimo disse...

Concordo, Careca, onde já se viu uma crise sem um bom drama? Tirando o povo do Unibanco AIG aqui no Brasil, não vi nada que sequer lembre um drama! Lembra do confisco da poupança e das aplicações overnight, over alguma coisa, não me recordo do nome, da época do Collor? Ali teve gente dando tiro no peito e morrendo de ataque cardíaco. Isso sim, foi crise com "C"! Abraços!

Careca disse...

Rodrigo, sim ela é sensacional. Tenho até coleção de U-tubes da Amy. Abçs,

Careca disse...

Janaína, é, não estou querendo ver o circo pegar fuego, longe de mim, mas pô, os caras dizem que é a pior crise desde 1929 e fica só nisso? No mínimo, tinham que falar, ó, veja bem, não é tão grave assim ...

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