sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Outra leva de curtas


Sábado no dentista
Meu filho estava pulando na beira da piscina, ontem. Já não posso mais acompanhá-los na natação. Então é a empregada-governanta-babá-cozinheira-faz-tudo-mão-na-roda da Rose que quebra mais esse galho. E a Rose disse que ele caiu e bateu o queixo no chão. E a pancada foi forte, pois os dois dentes da frente da mandíbula superior cravaram no lábio inferior, por dentro. Ficou a marca dos dois dentes. A Rose disse que sangrou um bocado. E eu vi a base dos dois dentes da frente. E a base está com uma fina linha preta. É valente, meu filho. Diz que não dói, mas faz careta quando bebe água. Já estou com um nome de dentista na manga. Sábado de manhã, vai ser dia de dentista.

Sobre o terrorismo
“I think we all know what they are trying to do—they are trying to use the slaughter of innocent people to cow us, to frighten us out of doing the things that we want to do, to try to stop us going about our business as normal as we are entitled to do.
And they should not and must not succeed. When they try to intimidate us, we will not be intimidated.
When they try to change our country or our way of life by these methods we will not be changed.
When they try to divide our people, or weaken our resolve, we will not be divided, and our resolve will hold firm.
We will hold by our spirit and dignity and by a quiet and true strength that is in the British people that our values will outlast theirs.
The purpose of terrorism is just that—it is to terrorize people and we will not be terrorized.”

O discurso acima foi feito na noite de 7 de julho de 2005, pelo então Primeiro Ministro inglês, Tony Blair. Naquele dia, quatro pessoas se fizeram explodir. Três no metrô e uma num ônibus double-decker. Mais de cinqüenta pessoas foram mortas pelas explosões e outras 500 foram seriamente feridas. Nesse único dia, o número de vítimas foi maior do que o registrado em vários anos de terrorismo e bombas do IRA. Depois do 11 de setembro, esse é um discurso que eu faço questão de lembrar.

Onde é que eu estou?
Um dia, daqui a muito tempo, alguém vai encontrar os livros que estavam na minha estante. E se alguém folhear os livros, esperando encontrar notas de dólares escondidas entre as páginas, vai ter uma surpresa. Ao invés de La plata, vai encontrar pedaços de papel higiênico. É com um quadrado de Neve, sem cheiro e super macio, que eu marco os livros que eu leio. Eu geralmente começo a ler um livro no banheiro, você sabe. É o lugar mais relativamente tranqüilo daqui de casa. Até as seis e meia da manhã e depois, das onze e meia à meia-noite. Só uma hora por dia. E pensar que eu já pensei em ser leitor profissional.

Vamos a la playa
Vamos. Vamos. Vamos. Mas no ano que vem. Nesse ano não vai dar.

Meu novo moleskine
Comprei um bem bonito. Sketchbook de bolso. Só que não cabe no bolso. Tenho que carregar na mão. Meu cunhado me viu e falou assim:
_Abençoa a gente, pastor?
É um gozador, esse meu cunhado. Falei pra ele, com aquele tom de ora pro nobis de monge beneditino:
_Vá-pro-raio-que-te-partaaaa-aaaaaaaaamém!
Ando meio sem humor para cunhado.

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