terça-feira, 2 de outubro de 2012

As coisas obsoletas



Alabama Shakes - I Ain't the Same

Desde o acidente com a miniretífica, no final da tarde de sexta-feira, tenho entrado pouco na oficina. Fiz os acertos necessários na estrutura do carrinho de apoio, mas estou em dúvida sobre o que fazer em seguida. A idéia inicial era construir um carrinho sem parafusos, na base do encaixe. Consegui uma estrutura firme, mas terei que usar cola e reforços em algumas junções. A verdade é que estou sem madeira para continuar a montar o carrinho. Ou melhor, a madeira que ainda possuo é pesada demais para ser usada neste projeto e exigiria um esforço muito grande com as power tools para serem adequadas. É sempre possível comprar madeira, mas isso significaria abrir mão de um princípio que vem norteando todos os projetos: reaproveitar ao máximo o material que já possuo.

Como tenho ficado muito pouco na oficina, aumentei o tempo de leituras no escritório. Mas infelizmente acabo mexendo nas coisas velhas e obsoletas que existem por lá. Hoje, por exemplo, o laptop que comprei em 2003, um toshiba satellite, veio a falecer no início da tarde depois de um lento processo de obsoletização. Tentei reformatá-lo mas a coisa enguiçou de vez. Minha pilha de lixo eletrônico tem aumentado rapidamente nos últimos meses. As máquinas e equipamentos parecem programadas para durar dez anos, no máximo. Depois disso, falham e entram em processo falimentar ruidoso. Uma pena. Adorava aquele laptop.

Outra coisa que pifou foi a máquina de lavar pratos. É pequena, de quando éramos só eu e a minha mulher. Nos últimos anos, só a usava aos domingos, quando estava com preguiça de lavar talheres e copos. Parece que há um problema de entupimento no cano de escoamento, o que embaralha as funções da máquina e provoca o desligamento automático. Ou então, não é nada disso e a coisa travou de vez.

Também me deparei com uma lanterna de leds, recarregável na tomada. A coisa funcionou muito bem por uns dois anos, mas agora o pino soltou. Desmontei a lanterna e vi que será necessário um pingo de solda para que ela funcione novamente. Demorei meia hora para encontrar o ferro de solda e mais dez ou quinze minutos para admitir que já não tenho mais estanho para soldar. Então é mais uma coisa encostada no canto do fundo do armário. Parece cena do toy story, esse fundo de armário. Quando fecho as portas, quase posso ver as quinquilharias choramingando de medo de que eu as jogue fora. Mas sou um acumulador de badulaques e tranqueiras, não descarto nem garrafa de gatorade. Um dia, quem sabe, arrumo tudo.



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