Era meio-dia e já estávamos a postos. Eu e a minha mulher fomos hoje assistir à primeira apresentação teatral da minha filha, que tem seis anos. Ela fez o papel de Vaca, na peça "Quem quebrou o pote?", de um autor que me foge o nome. Para quem esperava um drama policial altamente complexo, como eu, a solução do enigma após dez minutos de encenação foi um pouco decepcionante.
Mas valeu. Minha filha interpretou a Vaca com muita profundidade e disse a sua única fala com muita competência. Lá do fundo do teatrinho eu escutei a sua frase, emocionado. Por muito pouco, e também porque levei um chute na canela da minha mulher, eu não interrompi a apresentação com gritos de "Bravo! Bis,bis!".
Nem precisou. Logo que acabou a peça, a coordenadora pedagógica da escola semi-alternativa pediu a todos os pais para se sentarem para assistir à reapresentação do espetáculo. Achei ótimo. Lá estava a Coruja, querendo saber quem havia quebrado o pote. Ela pergunta para o Galo, depois para o Sapo, para o Jabuti, para o Avestruz, para o Elefante(ou Tamanduá, não sei), para a Vaca, para o Rinoceronte e até para o Cavalo(ou outro bicho que não descobri o que era), mas ninguém viu o que aconteceu. Por fim, três meninos vestidos de branco e soprando feito loucos entram no palco e assumem a autoria da quebração do pote.
Bolas! Eu estava torcendo para ter sido a Vaca. Dizem que toda grande atriz começa a carreira fazendo o papel de vilã.
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