quarta-feira, 8 de junho de 2011

Três ou quatro parágrafos

Devo terminar amanhã a limpeza e arrumação da tranqueiragem do velho apê. Nesse meio tempo, montei três grandes guarda-roupas e dois racks com os pedaços dos velhos armários dos quartos das crianças. Também fiz um baú, que pintei de amarelo, para colocar toalhas e roupões ao lado da piscina. Minha mulher não gostou da cor do baú e já me avisou que estou inventando coisas demais. De fato, estou. Mas acho lastimável jogar tantas peças de madeira fora. Amanhã devo encerrar a produção de baús com a montagem de um último, que também devo colocar ao lado da piscina.

Com a ajuda do jardineiro, devo concluir a limpeza da área de churrasqueira. Ainda estou sem idéias para melhorar aquele espaço. Mas será necessário fazer alguma coisa. Os tijolos estão esfarelando de baixo para cima e receio ser obrigado a mais uma pequena reforma.

Por sugestão da minha filha, construí com uns restos de portas de armários e pranchas de compensado uma pequena casinha para o Rafa. Ele gostou. Amanhã vou tirar uma foto para colocar no blog. Ficou sem porta, parecendo um cubo de madeira. Minha filha achou que precisava de rodinhas. Então eu coloquei rodinhas. Rafa aprovou, com satisfação.

Tenho preenchido meus dias com uma série de pequenos serviços em casa. Coisas que preciso arrumar, consertar, montar, pintar, limpar, recuperar, etc. Às vezes bate uma sensação ruim, de que estou perdendo tempo precioso. Nessas horas a ansiedade aumenta de um modo desesperador, corro para o computador para escrever mas nada funciona.

Quando estava empregado, vivia lamentando a falta de tempo para escrever e desenhar. As idéias surgiam aos borbotões, as imagens desfilavam em instantâneos magníficos. Só me faltava tempo. Desde o desligamento imediato, no entanto, luto para não deixar a página em branco. Mas sei muito bem que a única coisa que mudou foi a desculpa para não fazer o que eu tenho que fazer, que é escrever e desenhar. E as duas coisas só são fáceis quando a mente está atenta ao que diz o coração, ao que cala fundo na alma.

Telefonei para amigos e conhecidos de outros trabalhos, de outros empregos. Enviei currículo. Estou na área. Se derrubar é pênalti. Mas ninguém retornou. Fiz uma entrevista há algum tempo. A pessoa se mostrou entusiasmada comigo, com a minha experiência, prometeu um retorno em breve. Mas isso foi antes da minha mudança.

Quando estou bem cansado, às vezes surge uma idéia bacana para um texto. Mas estrago tudo com uma voz de literatura, com o tom empolado de quem escreve uma estória. O que menos quero é aquele timbre de discurso velho. Então tenho de começar de novo e a boa idéia some, se apequena esprimida entre dois ou três parágrafos.

E há também a atual conjuntura. Caramba! Pallhóquio desce as escadas, mas continua no Conselho da Petrobrás. Ele agradeceu a todos por tudo o que está na sua conta. Battisti é um assassino livre. Ele não pretende se naturalizar, é claro. Ronaldo parou de jogar porque está de sete meses. Ele jogava um bolão, mas hoje é um bolão.

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