quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Careca, o trânsito e o bruxismo

Foi isso mesmo, ó minha kombi de leitores! Aconteceu nesta quinta-feira, dia 11 de novembro. Eu estava dirigindo, numa boa, do trabalho para casa, pensando no almoço. Acontece que estou em pleno período de tratamento de dentes, o que dificulta um pouco a mastigação. E hoje, especificamente, por recomendação expressa do dentista, eu não poderia mastigar nada na hora do almoço.

Talvez eu estivesse distraído por isso. Talvez estivesse dirigindo com o estômago. Mas o mais provável é que estivesse dirigindo numa boa, como sempre. Súbito, um uno mille ameaça colocar o bico para fora da sua fila marcha lenta, mas percebe a minha presença e recua rapidamente. Continuei na minha faixa, que seguia em fila um pouco mais rápida, pensando em como mastigar arroz e feijão sem usar os dentes.

Foi aí que o uno mille saiu da fila e colou atrás de mim. Olhei pelo retrovisor e vi uma mulher soletrando palavrões e buzinando para mim. Não liguei por simples e pura concentração dental, já que estava avaliando se o cimento cirúrgico de um lado e o cimento branco do outro seriam capazes de suportar um purê de batatas. A mulher atrás de mim achou aquilo uma afronta. A louca surtou. Buzinou, acelerou, emparelhou comigo e começou a fazer gestos obscenos. Abaixou o vidro, xingou, mostrou o dedo.

Eu continuei numa boa, olímpico, seguindo a fila, que parou no semáforo. A mulher surtada furou o sinal ainda brandindo o punho para mim. Emparelhados, obedientes nas filas, os caras nos outros carros olhavam para o Careca. Foi aí que eu percebi a influência do trânsito sobre o bruxismo.

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