quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Poema sobre a volta dos que não foram
Aconteceu, foi só isso.
Durante muito tempo me disseram
que nada disso era realmente meu e seu
Até que as cores se mudaram para outro hemisfério
As alegrias se extinguiram em brasa morna
As melodias se foram
As danças secaram
Sobraram as cinzas das florestas
Tocos de velas acesas
Jantares distantes
Festas remotas
E nem eram nossas, as cinzas
Se nada do que aqui havia
era realmente teu e vosso
só se perdeu o que não se tinha
o resto de uma carência
Mas nem por isso, abandona-se o ar triste
Ainda que a minha ausência não conte
Não importa
Quando eu era mais moço
Sentia falta de tudo o que eu queria
Emobra restasse reconhecer
que do nada também se sente falta
Agora, eu sei,
Mas não há consolo
em se saber estúpido
(O aquarelista desenha bombas)
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2 comentários:
Muito bom, Careca, muito bom.
Pevê, a gente se vê no aniversário da nossa amiga. Vai rolar uma birita legal, uma tal de "rédiman".
Vai ser 10.
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