Faltam 30 posts para eu atingir o post número 700. Dizem que algo muito bom acontece quando você atinge o número 700. É algo tão bom quanto decifrar a mensagem secreta das aparições de Stan Lee nos filmes da Marvel e Alfred Hitchcock nos filmes dirigidos por ele mesmo. Deve haver um significaco oculto naquelas aparições. Existem malucos capazes de tecer teorias fantásticas sobre essas aparições. Na faculdade, por exemplo, tinha o Niltinho.
Niltinho era um poeta. Um campeão de rimas. Ele poderia inventar um soneto na hora, sobre qualquer tema. O cara era um fenômeno. Você falava "bala". E lá vinha o Niltinho, com um longo poema sobre a bala de fuzil e a balinha de hortelã. Ele era bom mesmo. Durante muito tempo, depois que eu me formei, eu procurei os cadernos literários, para ver se iam dar notícia do livro de poesia do Niltinho. Mas ele nunca publicou. Virou dono de posto. Recebeu uma herança.
Na verdade, Niltinho nunca deixou de ser poeta. Ontem, quando o reencontrei depois de tantos anos, ele me explicou:
_Pô, Careca, não mostro mais os meus versos para ninguém. Quando você é estudante, jovem, pobre e poeta, a coisa é encarada numa boa, todo mundo te aplaude. Mas quando se é tiozão, barrigudo, classe média e dono de posto, se você diz que é poeta a turma leva na gozação.
Acho que o Niltinho tem toda razão.
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