quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
O homem que fica em casa
Sou eu.
A definição foi feita no elevador pela filha da minha vizinha de cima.
A menina tem uns dez anos e é amiga da minha filha de 3 anos.
_Mãe, esse é o Seu Careca, o homem que fica em casa.
E a mãe riu amarelo para mim.
Eu mostrei o meu melhor sorriso.
Aquele que dá pra ver quase todos os dentes.
_É, eu sou um tipo caseiro – eu disse. E apertei o terceiro andar.
Morar no terceiro andar é muito bom para evitar diálogos com os vizinhos nos elevadores. Dá no máximo para seis frases rápidas.
Oito, se você for muito rápido.
Mas em geral, um diálogo com alguém subindo do térreo comigo não passa de quatro frases.
_Está de férias? – pergunta a vizinha.
_Estou. Estou de férias há quase um ano – eu digo, com outro sorriso muito bom.
_...
_O bom de férias muito longas é que você até esquece onde fica o trabalho.
_...
_Até logo, tenham um bom dia.
_Tchau – dizem as duas, uníssonas.
Gosto muito dessa palavra.
Uníssonas.
Parece música.
Sete. Foram sete.
Mais uma e igualava o meu recorde de frases trocadas com o síndico, o poodle do sexto andar.
E ele nem é de falar muito.
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6 comentários:
Eu tenho saudade do tempo em que ficava em casa, o dia todo. Trabalhando ou não, pois, no final das contas, a cabeça trabalhava sempre.
Um ótimo dia pra você!
Careca querido. Agora eu vi, insônia?
Obrigado, M.J., feliz quinta-feira pra você! Eu também gosto de ficar em casa. É o gerente do banco que não gosta.
Insônia, falta de dormir, vem tudo junto!
melhor é trabalhar em casa. CA-SA. sem elevador, sem garagem. zero palavras. o unico problema é que a gente acaba escrevendo demais.
Franka, no Apê, ou melhor, no A-PÊ, também é legal. E quando eu escrevo demais eu vou e A-pago.
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