terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ainda a proibição das bebidas alcoólicas

A proibição de birita sempre agrada a mulherada.
Num escrutínio simbólico, elas derrotaram os espíritos livres presentes à mesa de votação. Acham que o governo federal está certo, que a medida salvará vidas e o escambau. Ou seja, a cortina de fumaça dá certo mesmo.
Como eu disse antes: as estradas ruins continuarão ruins, a polícia continuará sem fiscalizar estrada (mas há quem ache que começará a achacar comerciantes) e o número de vítimas continuará alto, pois os bebuns continuarão a dirigir bebuns.

Sem guarda na estrada, sem radar, sem bafômetro, sem blitz, continua tudo na mesma. Os caminhoneiros cheios de bola vão continuar cheios de bola, sem fiscalização (sem pesar os veículos, pois nenhuma balança rodoviária funciona, sem verificação de equipamentos de segurança, sem nada). Os malucos doidões e assassinos atrás dos volantes continuarão a ameaçar as vidas de quem ainda encara as estradas arruinadas do país.

Aliás, outro dia a Míriam Leitão escreveu que todos os dias 900 caminhões de madeira extraída ilegalmente da Amazônia circulam pelas rodovias do país. Nunca vi estatística de assalto em estrada, mas em diversos trechos de Minas, Bahia e Goiás os motoristas de ônibus só enfrentam a estrada em comboio. Dizem que em alguns locais, não passa ônibus sem assalto. Em outros trechos, os bandidos jogam pneus contra os carros que ultrapassam em alta velocidade. Quem parar para verificar é assaltado e pode pagar com a vida. Nessas estradas, nunca se vê polícia de dia ou à noite. Ou melhor, nunca se via. Um passarinho azul acredita que agora, com certeza, os policiais estarão no restaurante, na lojinha, vendo se alguém terá coragem de vender birita. Na beira da estrada, tenho certeza de que aqueles meninos que vendem pequi agora também vão vender cachaça.

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