terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Manias de supermercado I
Uma das coisas que você aprende a fazer quando não tem nada a fazer, é prestar atenção no que você faz. Isso parece ser meio tautológico(pedante, né). Ou melhor, isso parece ser um raciocínio em círculos, mas não é. De verdade.
Veja eu, por exemplo. Não é só porque sou egocêntrico que eu gosto de falar de mim. É porque sou o cara que eu conheço melhor. Viu, e é também porque tenho o umbigo mais bonito do mundo. Pois é, para encurtar essa lenga-lenga, eu hoje prestei atenção ao que faço no supermercado.
Mas primeiro é preciso contar o histórico.
Logo que casei com a Patroa, eu ia ao supermercado e ficava firme, na seção de brique a braque. A Patroa estava na fila de carnes, nos cereais e legumes, fazendo as compras de verdade. Eu estava lá na seção de ferramentas, vendo o preço do que realmente importava. A máquina de furar-lixar-rodopiar-fazer-piii-e-tudo-o-mais-num-só. As porcas, parafusos, chaves e colas. As buchas, pregos, martelos e serrotes. Um mundo de coisas maravilhosas. E invariavelmente, eu levava umas tábuas de madeiras, uns parafusos fortes com bucha e aqueles troços de metal onde os apoios das tábuas iriam ficar presos. E assim, no segundo ano de casado eu já tinha um estoque de prateleiras e apetrechos em casa. Sério. As paredes do quarto, da cozinha e da sala estavam cobertas de prateleiras. E eu ainda tinha um monte delas empilhadas numa prateleira extra que eu tinha montado na área de serviço.
Um dia a Patroa acabou com a farra. Cheguei em casa e descobri que cerca de 35 das minhas prateleiras sobressalentes tinham sido doadas para uma série de instituições de caridade.
_ Estavam aí à toa, meu bem, e lá eles realmente estavam precisando. Ah, e uma foi para a casa da mamãe.
_Ela também estava precisando?
_Não. Ela pediu uma só para te chatear e eu topei.
Era uma das lições psicológicas da Patroa. Ela é doutora nisso. Como sempre, percebi que ela estava com a razão. Humildemente, dei um tempo com as prateleiras.
Mas alguns hábitos criam raízes. Um mês depois, eu me vi no supermercado, examinando um alicate com extrema atenção.
(Continua)
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2 comentários:
ai, ai.
aí, ó.
algumas das minhas milhares de crônicas de super, se tiver saco.
hahahahaha.
http://frankamente.blogspot.com/2006/12/guerra-no-caixa.html
http://frankamente.blogspot.com/search?q=supermercado
http://frankamente.blogspot.com/2005/09/o-carrinho-do-supermercado-iii.html
http://frankamente.blogspot.com/2005/09/o-carrinho-do-supermercado-ii.html
http://frankamente.blogspot.com/2005/09/o-carrinho-do-supermercado-i.html
Franka, eu tenho saco. De supermercado. Vou pegar. Peraí. Pronto. Estou tentando ler os seus arquivos. Mas fica difícil ver a tela com esse saco que eu tenho. Favor esclarecer o uso do saco. Volte.
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