segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Saudades do meu pré-molar
The Cactus Channel - Under the Birdcage
Voltou a chover o dia inteiro e isso parece acelerar o relógio. Amanhã farei a "remoção" de um pré-molar, vários dentistas disseram que é melhor desistir desse que de vez em quando dói. Fiquei triste quando me deram a notícia, mas parece que ficar banguela é a única solução. Depois tentarei um implante, mas só no ano que vem. Até lá vou falar com mais espaço, o que é bom.
Durante o dia fico na oficina improvisada. Estou fazendo duas mesas. Uma menor, com 90X50cm e 80 de altura. Se ficar legal, poderá servir de mini-bar. Caso fique ruim, usarei para deixar a lenha da lareira, que está lá fora, encharcando. A mesa maior, de 180 cm de comprimento por 90 cm de largura com 40 cm de altura, será usada como mesa de centro para a área externa. Isso, se ficar boa, é claro. Se ficar ruim, desmonto.
Por enquanto, a maior parte do trabalho é preparar as tábuas e ripas. Estou usando madeira do que já foi um telhado. É preciso limpar, tirar todos os pregos, cortar e depois lixar cada pedaço com cuidado. Nessa operação, fico imerso em uma nuvem de pó de madeira e verniz velho. Felizmente, uso um casaco grande, com gorro, e também uma máscara de pano. A chuva ajuda a diminuir a poeira, mas a água dificulta a limpeza da área depois do trabalho. Madeira não gosta muito de água.
Pequenos problemas também estão surgindo. Descobri nova infiltração num dos banheiros e surgiu uma goteira numa parede da sala. A infiltração foi provocada por uma telha quebrada. O problema é que é impossível subir no telhado com as telhas todas molhadas e frágeis. Tentarei tapar a goteira via sótão, mas só amanhã. Para consertar a goteira, será necessário pintar o teto e uma parede. As coisas se complicam. Muitas e muitas coisas para fazer. Do jeito que a coisa vai, só na metade do ano que vem será possível cuidar da parte de dentro da casa. Os cômodos só não são mais vazios porque têm eco. Mas a causa da goteira terá de ser consertada rapidamente. Será necessário colocar pelo menos uma nova calha num trecho do telhado.
Hoje encontrei mais um pássaro caído perto da piscina. Corri para pegá-lo antes que Rafa, o cãozinho shi-tsu da minha filha, o abocanhasse. Peguei o pássaro na mão com facilidade, parecia estar tonto. Deve ter batido na vidraça. Deixei ele se aquecer um pouco nas minhas mãos em concha. Depois soltei o bicho. Ele demorou um pouco, mas voou. Outro dia, um pássaro não teve tanta sorte. Deve ter quebrado uma asa. Rafa o atacou antes que eu pudesse intervir.
Dizem que é a rápida alteração na iluminação que deixa os pássaros confusos. Mesmo assim, estou pensando em comprar um adesivo com a foto de um gato para colocar na vidraça onde os pássaros sempre batem. Ganhei uma capa amarela, de chuva. Um rapaz que entrega brindes tocou a campainha e me perguntou se eu trabalhava aqui quando fui atender. Eu disse que trabalhava, é claro. Às vezes acho que estou involuindo, tem dias que me sinto um protozoário chafurdando em líquido primordial. Mas não há de ser nada.
Às vezes me pego pensando no assunto. Já sinto saudades do meu pré-molar.
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