terça-feira, 17 de maio de 2011

Chaves

Uma das coisas mais importantes de uma mudança é cuidar das chaves. Das novas e das velhas. É preciso andar algum tempo com dois chaveiros bem separados, porque sempre vai faltar alguma coisa para trazer da casa velha depois. Os chaveiros não podem ser parecidos, devem ser radicalmente diferentes. E você tem que andar com ambos durante alguns dias para se acostumar com o novo molho de chaves.

A composição do molho de chaves não se define de um dia para outro. Será o uso de portas e portões que vai determinar se você deve levar mais de cinco chaves no chaveiro. Mais do que isso, especialmente se uma das chaves for a do carro, fica impossível de colocar no bolso. O ideal é reduzir o chaveiro para três chaves indispensáveis, de todos os dias. Todas as outras devem ser reunidas num outro chaveiro e colocadas num local bem acessível, mas seguro. Mais importante, os adultos da casa devem ser informados do local onde podem encontrar todas as chaves da casa que não ficam nas portas.

Mesmo assim, é inevitável alguma confusão. Aqui em casa, por exemplo, o acesso à garagem é feito por duas portas, uma de serviço e outra mais social. É lógico que planejávamos sair e entrar pela porta social, mas a fechadura está com um problema que as finanças e a preguiça só permitirão consertar em breve, o que nos obriga a usar a porta de serviço. No entanto, ainda não fiz uma cópia da porta de serviço para a minha mulher, o que a obriga a usar a porta social. Para as crianças isso é um pouco confuso, porque se estão comigo só usam a porta de serviço e se estão com a mãe só usam a porta social. Bom, espero que não pensem que isso é algum tipo de metáfora educativa ou motivacional.

Os chaveiros também confundem o Rafa, o cãozinho shi-tsu daqui de casa. É que para passear com o cachorro testei várias saídas da casa e diferentes trajetos, para ver qual era o mais econômico em abertura e fechamento de portas. Mas o fator determinante acabou sendo a comida do Rafa. O cãozinho chega faminto e sedento, então apesar de ser obrigado a fechar e abrir mais portas, uso a saída de serviço com o Rafa. É lá, bem longe do granito ju-paraná, que fica a comida e a água do cachorro.

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