domingo, 29 de maio de 2011

Armários, gripe e um gol contra do Rafa

Estive muito gripado nos três últimos dias. Isso não impediu a montagem de alguns armários e outros pequenos trabalhos de marcenaria, mas atrapalhou um pouco. Resolvi montar eu mesmo dois dos três armários gigantes que estavam no quarto das crianças e que ficarão no quarto de hóspedes. É uma tarefa difícil porque as pessoas que desmontaram os armários não identificaram todas as partes. Então foi como montar um quebra cabeça gigante em três dimensões.

É lógico que cometi alguns erros e tive que refazer a montagem de algumas partes. Mas as gavetas encaixaram, bem como as portas e as barras de cabides. O terceiro armário foi transformado numa espécie de rack para TV. Ainda não sei o que fazer com as portas que sobraram.

Procurei manter as crianças longe, por causa da grande quantidade de pregos enferrujados dos fundos dos armários. Os caras deixaram todos os pregos onde estavam e sumiram com os parafusos. Vai entender. Felizmente encontrei todos os ferrolhos das dobradiças das portas. Quando varria o chão e estava seguro de que não havia prego nenhum no chão, eu chamava as crianças para me ajudar. Eles adoraram se sentir úteis.

São armários de aglomerado com um forro marrom, envernizados. Eram embutidos e algumas paredes laterais não são forradas. Por isso, as crianças acham que eu devo pintar os armários. Ainda estou em dúvida sobre o que fazer. De qualquer modo, com tudo montado, comecei a lixar os armários. Encontrei a velha lixadeira orbital no meio da tranqueira que trouxe do quartinho da garagem do velho apê. Ainda funciona direitinho.

Eu estava lixando o fundo de um armário quando olhei na direção do barulho que o Rafa estava fazendo. Percebi que ele havia pegado alguma coisa mas não dei muita trela, ele vive pegando coisas na garagem. Quando prestei mais atenção percebi que era um pássaro. Rafa é um caçador, quem diria.

Chamei o meu filho para ver cachorro e ele ficou chocado. Naturalmente, Rafa não deixou que eu tirasse o pássaro da sua boca. Ele tratou de fugir rapidinho para o fundo do quintal. Tive que correr atrás do cãozinho shi-tsu para capturá-lo e tirar o pássaro da sua boca. Rafa é um atleta como eu, se cansa rapidinho e acha correr um saco. O pássaro tinha virado uma massa de vísceras e penas, não consegui descobri que bicho era. Talvez fosse um beija-flor, dos grandes, pois as penas eram esverdeadas em alguns pontos.

Rafa ficou desapontado comigo. Meu filho ficou decepcionado com o Rafa e comigo, porque não impedi o "assassinato do beija-flor".

_Mas eu não sei se era um beija-flor. Podia ser um pardal, sei lá - eu disse.

_Não importa. Estou decepcionado - disse o meu filho.

_Mas filho, o Rafa é um bicho, o instinto animal dele é que fala mais alto - eu disse.

_É um malvado, isso sim - ele disse.

E não quis saber mais de conversa. Mais tarde, quando estava colocando as portas do futuro rack, Rafa se aproximou de mim e ficou deitado daquele jeito dele, parecendo um tapete. Ele nem se mexeu quando fiz carinho na sua cabeça. Amanhã não vai ter jeito, vou precisar de um remédio para a gripe.

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