terça-feira, 24 de novembro de 2009

O nome do escritor

O nome dele é Isaac Bashevis Singer. Tenho de me lembrar de agradecer ao Cabeça por ter me presenteado com um exemplar de "42 Contos de Isaac Bashevis Singer". Ando meio esquecido. E é por isso que ando repetitivo.

Ganhei o exemplar da edição da Companhia das Letras. Boa edição. Eu tinha uma outra mais antiga, com menos contos, talvez de uma outra editora. Já faz um mês que ganhei o livro, mas ainda não li nem a metade dos contos. Para variar, quando esqueço de usar o meu estratagema, o livro some do banheiro e fico uns dias sem ler nada.

É muito chato deixar um conto pela metade, por isso estou lendo fora da ordem. Por tamanho. Conto os números de páginas. Algo que dê para ler em meia hora, no máximo. Dez ou doze páginas. Eu acordo às seis da manhã, às vezes uns 10, 15 minutos mais cedo. Aí corro para ler o livro no banheiro. Como todos da minha kombi de leitores sabem, para conseguir manter o livro no banheiro, eu tenho que colocar um outro livro ao lado. Desse modo, a Rose(a faxineira-graduanda-cozinheira-babá) pensa que um é meu e o outro é da minha mulher. Mas sem que ela saiba qual é de quem. Se eu esqueço o livro "fake", a Rose guarda o livro na estante. E na estante eu não acho nunca o livro que eu estou lendo.

Outro problema que pode acontecer também é que o "fake" acaba tomando lugar do livro que eu estava lendo de verdade e ao invés de "fake"(farso) passa a ser o "real one"(das real). Aí esqueço qual é qual e deixo só um no banheiro, que é levado para a estante e recomeça o ciclo.

Li uns dez contos do I.B.Singer. Todos ótimos. Um que achei sensacional é intitulado "Poderes". Conta a história muito louca de um encanador que tem poderes sobre as mulheres. É engraçado. Lembrei do meu amigo Humberto, o canalha. Ele também tinha poderes sobre as mulheres. Não sei se ainda tem, faz tempo que não vejo.

Em outro conto, Singer conta a hístória de um homem que também era muito bem sucedido com as mulheres. Esse personagem, Max Persky, tem uma frase ótima: "No amor, não se faz favor", que só é dito no final de nove páginas bem cadenciadas. A frase ficou estalando na minha cabeça, do jeito estranho como só alguns paradoxos costumam estalar na cachola da gente.

Talvez Max tenha razão. Talvez não. Singer tem a delicadeza de não se meter nas convicções dos seus personagens. Tenho muito a aprender com Isaac Bashevis Singer. Esse é o nome do escritor. Tenho de lembrar de agradecer ao Cabeça.

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