Crachás da vaidade
Outro dia almocei no shopping, perto do trabalho. Não dava tempo de ir a casa e voltar. Quando isso acontece, coloco o crachá no bolso por uma questão de pudor e parto para o almoço. Pudor porque não gosto de ficar desfilando com o meu nome e foto numa tabuleta pendurada no pescoço, por cima da gravata. Acho isso uma violação da privacidade. É o mesmo que pendurar a identidade no pescoço, como se fosse uma melancia. Além disso, o edifício meio burrinho onde eu trabalho tem roleta eletrônica movida a crachá. Se você esquece o crachá, os guardas estupidozinhos do edifício meio burrinho ficam super-felizes em emprestar um crachá provisório para você. Mentira, é claro. Então, por causa da roleta, eu vou para o almoço com o crachá no bolso da camisa. Saco o crachá quando preciso passar na roleta. No pescoço, o tempo todo continua pendurado o cordão do crachá e o jacaré que morde o crachá.
_Ué, cadê o seu crachá? – perguntou uma colega de trabalho assim que voltei do almoço.
Fiquei com preguiça de responder o parágrafo acima. Então eu disse:
_Tá no bolso.
_Ué, e por que você põe o crachá no bolso?
_Porque eu não quero que ninguém saiba onde o “Mané” aqui trabalha.
_Então por quê deixa o cordão do crachá no pescoço, ô Mané?
_Porque eu quero que as pessoas olhem para o cordão e se perguntem “nossa, onde será que esse Mané trabalha”?
É tudo vaidade. Né?
Eleição 2010
Este blog fala de política o tempo todo, inclusive quando não fala. Acredito na Constituição e também no famoso preâmbulo, abaixo reproduzido: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.”
No último dia 15, a Folha de São Paulo publicou um bom artigo do Prof. Mangabeira Unger, intitulado “A sucessão presidencial e o futuro do Brasil”.
Repito abaixo a primeira frase:
“O futuro, não o passado, é o tema de uma grande eleição, como será a de 2010. O assunto central há de ser como superar a contradição central do Brasil: uma vitalidade imensa ainda coexiste, para a maioria dos brasileiros, com a falta de instrumentos e de capacitações.”
Para googlar e conferir.
4 comentários:
Sinto falta de almoçar fora do trabalho.
Bono, sair para almoçar é muito bom. Almoçar em casa é o melhor, embora o trânsito às vezes atrapalhe.
Careca, li teu blog hoje pela primeira vez. Gostei dos seus textos, principalmente este sobre o uso do crachá e aquele de planilha. Você parece ser gente boa, com um lado maluco beleza, bem humorado... Naquele post da planilha podemos perceber como os vendedores se utilizam de artifícios os mais variados para tentar conseguir mais clientes. Ê povo interesseiro...
Joaquim, seja bem-vindo! É, boa vontade e bom-humor são coisas fundamentais, até mesmo em vendedores.
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