Este ano nós decidimos que não vamos ser atropelados pelo tempo e que vamos caprichar nas compras de Natal. Nada de comprar presentes em série, como quase sempre fizemos. Você sabe, entrar numa loja e comprar logo um monte de presentes, sem personalização, como quem cumpre uma obrigação. No ano passado, eu, por exemplo, resolvi a maior parte dos presentes masculinos numa loja de roupas. É bem verdade que aproveitei uma promoção excelente de camisetas. E também é bem verdade que durante o ano eu vi as camisetas várias vezes, sinal de que as pessoas gostaram.
Mesmo assim, eu e a minha mulher decidimos partir para a "customização" total e absoluta. Nada de repetir sequer o tipo de presente. Se um cunhado ganhar uma camiseta, o outro não póde ganhar camiseta. Se uma sogra ganhar vestido, os vestidos estarão vetados para a outra sogra. E assim por diante. Originalidade, especificidade, total fitness, no acochambration.
Para dar tempo, decidimos começar as compras de Natal neste sábado. E começamos pelos presentes das crianças.
_Amor, pode repetir brinquedo genérico?
_Brinquedo no sentido genérico de brinquedo, pode. O que não pode é comprar bola de futebol pra todo mundo.
_E pode uma bola de futebol para um, bola de basquete para outro?...
_Não, claro que não, né Careca.
_E Lego?
_Lego é bem genérico.
_Então acho que vamos terminar essas compras rapidinho. As crianças adoram Lego.
Isso foi antes de chegarmos no shopping. A coisa não estava lotada. Estava prá lá de lotada. E os preços pareciam ter sido alavancados pelos temores de Dubai. Eu levantei as duas mãos bem alto ao entrar na loja, para mostrar que não ia reagir. Os vendedores não acharam graça. Mas o chegar nas prateleira dos brinquedos Lego, minhas mãos, involuntariamente, foram atraídas para o alto.
_Eu me rendo. Sem violência. Sou de paz - eu dizia, olhando os preços nas etiquetas.
Talvez a minha personalidade seja do tipo genérica, anti-customização.
2 comentários:
Meu irmão, que Natal caro da porra.
Bono, o caro aqui é o panetone...
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