quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Perdemos



Rival Sons - Until the Sun Comes

Perdemos de novo. Levamos de seis. Houve quem acreditasse que um sujeito cheio de recursos técnicos pudesse nos tirar do desempate e promover uma vitória de virada. Mas a partir do primeiro minuto da partida final, Mellou deixou claro que estava jogando para o outro time e que não iria deixar ninguém ir pra cadeia. E fez isso primeiro com os olhos, buscando o acolhimento da turma do time do contra. Depois ele disse o nome de cada um: Levianósky, Barriso, Viber, Zananauê e Tífoli. Caramba! Que time dos infernos!

É estranho ver na Internet as pessoas que lambem maçanetas dizerem que Mellou estava defendendo a democracia. Não estava. Ele usou um embrulhamento metido a técnico para apunhalar a democracia. Na prática, Mellou foi mais perverso. Com retórica rebuscada, ele já havia feito o discurso condenatório dos mensaleiros. Com o voto de hoje, ele lhes garantiu um novo julgamento e a impunidade. Algumas pessoas escreveram que respeitam Mellou por seu apego às franjas da lei. Eu respeito o apego às franjas da lei, mas Mellou não mais. Se eu um dia encontrá-lo na rua(isso não é impossível, em Brasília), não o cumprimentarei, não o saudarei como um juiz promotor da justiça. Ao contrário, vou virar o rosto, farei cara de paisagem.

Lembro de um tempo, no auge da indignação contra a corrupção no governo Collor, em que os carros dos moradores de Brasília eram atacados em outros estados. Todo mundo era marajá e corrupto por definição, nem precisava trabalhar para o governo. Não precisava ser um carro novo. Bastava ter a placa de Brasília.

Alguns anos precisaram se passar até que a raiva, a frustração, o desânimo e a sensação de desamparo provocada pela corrupção endêmica se dissipasse. Hoje, tudo isso voltou.

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