segunda-feira, 17 de junho de 2013

Umbabarauma no kabuletê



Umbabarauma

Estamos de volta à tonga da mironga do kabuletê. Ninguém sabe o que está acontecendo direito. Há uma insatisfação sendo expressa nas ruas desde o início da semana passada. De uma maneira geral os protestos são pacíficos, mas excessos são cometidos do lado dos manifestantes e da polícia. Em Brasília, não existem porta-vozes, não se identificam lideranças. Ao contrário, a multidão recusa a tutela dos núcleos partidários e empunha diferentes bandeiras: passa pela solidariedade aos manifestantes de outras capitais contra os aumentos de passagens, percorre o repúdio aos gastos bilionários em estádios em detrimento de saúde e educação, e termina contra a PEC 37, que torna a investigação criminal um monopólio exclusivo da polícia civil, o que na prática tira o poder de investigação do Ministério Público, e joga no lixo os atos investigatórios da Receita Federal, do TCU, da CGU, do INSS, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, do COAF, do CADE e da SDE, da ANP, do Banco Central, da Receita Federal, do IBAMA, e da Defensoria Pública. Claro, todas essas bandeiras são boas bandeiras e merecem, cada uma, uma bela e pacífica passeata. Mas e depois? Não tenho a menor idéia.

Uma das coisas que chama a atenção é que no início da semana passada as autoridades condenavam ou ignoravam os protestos. Hoje, na hora dos telejornais as autoridades disseram que os protestos eram legítimos, até mesmo Ré-não Calheiros.

Mas em pouco tempo, a coisa degringolou. Às dez e meia leio a notícia de que 200 manifestantes invadiram a chapelaria do Congresso Nacional e estapearam algumas autoridades, entre elas o diretor-geral da Câmara. Às onze, a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e a sede do governo estadual de São Paulo também haviam sido cercadas. À meia-noite, pelo menos em Brasília, a manifestação tinha acabado e não se via mais nenhum manifestante em frente ao Congresso. Será que foi fogo de palha?

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